quarta-feira, 26 de março de 2014

O sábio e o esperto

Pessoas providas de amor, ética, bons costumes, afeição que sabem discernir problemas alheios dos seus são plenas daquilo chamado inclinação à existência e mestres na arte da vida. Assim que podem, retiram um tempo do seu para ouvir colocando o fardo do necessitado em equilíbrio tamanha objetividade contida em suas palavras - às vezes duras porem providas de alto grau de discernimento.
Nunca apontam saídas sem mais nem menos. Através de dicas sutis, ajudam o necessitado a encontrar por si a solução de seus problemas. Evidente não possuírem todas as chaves, mas o caminho das pedras sabem muito bem anelar.
Quando revoltadas (coisa rara), passam a impressão de um caráter oposto àquele conhecido. Por esta falha, indivíduos de baixo quilate derramam no ar boatos mal-intencionados e como tudo que é ruim se propaga com a velocidade da luz, fazem sua estrelinha brilhar com luz alheia. Persistem em se mostrar iluminadas contudo não são possuidores da mesma.
De linguagem rica em promessas impossíveis de se cumprir, o esperto atrai sem chamar explorando sempre a expectativas de vida melhor, fato este que conduz as pessoas a operar sem pensar.
Raras vezes o esperto falha em seu propósito - sempre um discurso avesso ao que prega. Basta observar seu padrão de vida. Um bom carro, casa própria e emprego agradável. De onde provem o dinheiro que o mantém nesse posto é mantido em segredo; alias, quem o colocou nessa função é outra incógnita.
Como sempre, se fazem “benfeitores” - com o dinheiro alheio, evidente. Imputam ao inconsciente coletivo seu desejo de vida fácil tornando o ouvinte mais ingênuo, massa de manobra barata sem que este perceba a real extensão.
Dessa forma, vivem confortavelmente. A paz que tanto o homem almeja, sempre pregada pelo esperto - de longe faz parte de seu currículo. Aprendeu a fazer do inferno sua morada e daqueles que o servem, castiçais.
Ironicamente o sábio passa ter uma visão chamuscada por sua própria humildade, o que não compromete seguir adiante. Sabe o quão foi ludibriado porem seu poder de veto é inversamente proporcional à lábia do mesquinho.
O sábio ensina a pensar - aprender a aprender – exatamente o avesso do outro. Do alto de seu pseudo-trono, o mesquinho mostra um grau de onipotência feita à esparsas dos pequenos. Não acresce nada na vida a não ser mentiras.
Enquanto o esperto vive de falhas, o sábio acontece errando. É humano, tem sentimentos, bom senso suficiente para falar até onde não magoe o ego do proximo. O outro não erra. Parece um Deus.
Quando o sábio ocupa a tribuna, suas palavras vão quase que imediatamente ao cerne da questão. Não floreia. Aborda o tema de forma racional. Pouco ou quase nada envereda para o emocional, parte onde o outro se impõe graças ao emblemático poder de persuasão que é possuidor.
Essa é a historia da humanidade. Na visão global, um imbecil fazendo acontecer sem dar conta da importância de seus atos tendo em seu caminho velhacos de lábia ardilosa sem um mínimo de objetividade. O dia que a casa cai pouco ou nada importa, pois a cara de pau garante a sobrevivência do esperto. Quando se pensa no hoje com olhos no amanhã, as tarefas se tornam simples porque o que se tem nas mãos à visão do futuro.


Manoel Cláudio Vieira -  09/03/2005 – 22:49h
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Palavras.

Quando devidamente associadas, as palavras se transformam no mais poderoso veículo de comunicação do homem em relação aqueles que o cercam - sejam eles homens ou animais.
Recentemente, vacas enviadas da Grã-Bretanha à Franca se viram confusas frente ao pastor. Condicionadas a determinados comandos na língua inglesa, paravam ou davam início a uma marcha sem mais nem menos.
Por diferenças fonéticas mais do que obvias, no novo pais passaram a se comportar ao acaso frente a um chamado.  O timbre da palavra francesa que mais se assemelhasse a um dos vários comandos ingleses era interpretado de diferentes formas entre os membros do rebanho. Enquanto umas realizavam uma ação, outras faziam coisas bem diferentes. Aparentemente, nada de mais, mas a essência da questão é bem mais complexa que o apresentado.
Se cada animal decodifica uma mensagem (comando) à sua maneira, esta mais do que implícito que animais não são irracionais como propaga por ai.
Cada um dos membros do rebanho, por mais rudimentar que seja sua forma de raciocínio, pensa - quer por associações ou estímulos.  Vejo um pouco mais disso em relação a cães.
Note seu comportamento avesso ao habitual quando o astral de seu dono esta imerso em ira, ódio ou desavenças causadas por um ou outro contratempo. Alguns se escondem, fogem, mostram exacerbado medo em relação àquela pessoa. Parecem saber que podem vir a se tornar válvulas de escape àquelas frustrações.
Pergunto: como um animal sente isso ?? De que forma ele capta esse clima no ar ?? Será que essa forma de comportamento (controverso ou não) se propaga em ondas ?? Se sim, como são transmitidos e captados ?
Se tivéssemos resposta a essas questões, com toda certeza poderíamos interferir em pontos chaves por onde derivam as desavenças do ser humano.
É fato notar em pequenas obras, atos ou mesmo palavras, as angustias e medos que assombram as pessoas em seu cotidiano. Naqueles instantes, sua aura parece emitir vibrações avessas ao comportamento de seu grupo social.
De maneira similar ao cão, as pessoas associam esse alguém àquele clima antagônico já que sentem que seu proceder só concatena mesmo o nada a coisa alguma.
Os mais chegados procuram incutir nessas pessoas, uma visão diferente do problema abordando o assunto por um ângulo onde se abrem horizontes à existência. Ao se abordar a questão dessa maneira - abrindo um leque de focos - todos eles edificantes aos diversos pontos da tese em questão, parte desses problemas desvanece no ar.
O mais difícil nisso é superar as barreiras que fazem toda pessoa em pane se comportar como uma via de mão única. Qual forma é a mais indicada para tal ? Depende de pessoa para pessoa. Não há uma formula que solucione essas questões como num passe de mágica. Se houvesse, será que esse mundo estaria melhor ? Hummmm.
 Acho melhor muitas coisas ficarem do jeito que estão. No máximo, dar uma injeção direta de carinho no coração desse alguém. Quem sabe dessa forma, esses contratempos se acomodem com maior rapidez.
 Já imaginou se o comportamento humano fosse uniforme ?? Haja paciência para agüentar tamanhas mesmices. Há de haver – guardadas as devidas proporções – um certo grau de discórdia entre as pessoas. Se isso não houvesse, não haveria progresso ou coisa que o valha. Será que eu estou errado pensando assim ??
 É. Em cada cabeça, uma sentença; em cada sentença... uma questão a desvendar.


Manoel Cláudio Vieira - quinta-feira, 16 de janeiro de 2003 – 16:59h.
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Passo e Descompasso

Se fossem objetos, os descompassos seriam tal qual pedrinhas no sapato de pessoas concentradas fazendo seus deveres e que cansadas, param aquilo que vinham fazendo por alguns instantes em função de outros. Em geral, esses indivíduos param porque também estão cansados, estafados, mas, ao fazerem isso, acabam interferindo diretamente no ritmo daqueles que estão executando sua obrigação; alguns “amigos” chegam a fazer isso por não querer que as coisas fluam  tão bem para quem ainda esta na ativa. Nitidamente, essa quebra o ritmo com a desculpa para “um café”,  tem como pano de fundo o “não se destacar  frente a eles”.

Para esse tipo de pessoa, qualquer coisinha a mais também pode ser motivo para um breve momento de descanso; às vezes, isso não faz mal, mas em geral, tal interferência  aborta àquilo que vinha sendo feito até o presente fazendo com que o produto final passe a ser encarado com outros olhos por àqueles que nos cercam.

Por isso, sempre que o descanso se faz necessário, fazemos isso ao “finalizamos uma tarefa” e não quando estamos no meio dela, como muitos fazem ou, conforme o caso, alguns nos obrigam a fazer - até com certa dose de “boa vontade”. Esta parada forçada é extremamente ruim porque quando voltamos a carga, temos que retomar àquilo que fazíamos “sempre um pouco antes do momento em que paramos”; caso contrário, fica uma espécie de “buraco” no meio daquilo tudo. Tal tarefa, passa a ser para quem a executava, algo maçante e não gratificante, como esperávamos que fosse o seu resultado final.

Isso é péssimo porque nos deixa extremamente desgostosos com nosso desempenho; chegamos a ponto de ficarmos frustrados com nosso rendimento. Parece que àquela obra não proporcionou o prazer o que pensamos que ia dar em seu final. Foi a tal “parada compulsória” no meio dela que a fez ficar assim !

Psicologicamente, acreditamos para nós mesmos - e essa é a parte ruim da coisa toda - que somos pessoas menos capacitadas que aquelas que fizeram o que fizeram na hora que bem entenderam sem pensar em mais ninguém. Passamos erroneamente a acreditar que esses indivíduos são mais rápidos em suas ações, mais ágeis nas finalizações e retomadas de deveres, mais isso, mais aquilo, enquanto nos... fazemos apenas o papel de “coadjuvantes”.

No máximo, muitos pensam que podem somente interpretar o papel de “sósias pálidas” de Fulano ou Ciclano quando na verdade, tem um enorme potencial criativo sendo dia a dia “torpedeado” por figuras nada exponenciais.  Isso, infelizmente a maior parte das pessoas não percebe – ou não quer perceber, o que é bem pior.

Saber dizer NÃO nas horas inconvenientes é uma arte, uma afirmação de nossa pessoa frente ao grupo que convivemos. Em outras palavras, dizer NÃO é falar com toda classe (e por trás das palavras, se for o caso), o seguinte: “olha, agora eu não estou afim; mais tarde, quem sabe, poderemos dar um tempo para isso. Agora, me desculpe, não dá. Definitivamente, não dá mesmo”.
 Falando dessa maneira, você não vai magoar ninguém, pois estará colocando o seu ponto de vista frete a isto ou àquilo que o outro quer. Se isso o perturbar, o problema não é seu; simplesmente, você deixou de “atropelar” o que vinha fazendo em sua vida se colocando em primeiro plano ao invés de atender às causas de outrem.

Nestes casos, pensar primeiro em si, não é egocentrismo em hipótese alguma. Quando sobrar tempo, tudo bem, de um tempo, uma parada. Suas metas devidamente colocadas em primeiro plano, já foram plenamente atendidas. Suas e de mais ninguém. Quanto aos demais... faça quando melhor lhe convier.


Manoel Claudio Vieira - 19/2/2001   -  09:36:28-
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Contadimim


Foram dias, semanas... meses. Quem diz que alguém se lembrou de responder as mensagens deixadas na  caixa postal, secretária  eletrônica ou mesmo o recado do amigo em comum? Engraçado que o telefone com bina nunca gravava na memória meu numero. Falha no sistema? Não; fiquei reduzido a um amontoado de números frios com endereço fixo. O lado humano tentando resgatar a chama de vida bailando feito labareda ao sopro dos humores da brisa se definhou de vez no dia em que um dos arquivos de memória deixou de resgatar do sono os sentimentos ilhados. Quando a tralha toda despencou, percebi que os sonhos haviam se tornado realidade e eu, parte de alguma coisa que não compreendo muito bem. Naquela hora, deixei a roupa lá mesmo e tomei a saída mais próxima do cemitério tendo vivido sem ao menos dar conta de mim.


Manoel Cláudio Vieira    08/09/05- 12:43h

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Cumplicidades do Inconsciente

Indiferentes a tudo, muitas pessoas conseguem manter sua estabilidade psicossocial a custa de remédios que regulam sua parte psicológica à social. A atuação desses medicamentos tem a função de rebaixar o limiar de importância do passado dando menor ênfase a fatos chave transmitidos a psique da pessoa.

Em geral, a temática dessas drogas tem sempre esse mesmo objetivo já que é impossível ocultar ou privar de valor toda uma historia de vida. Sem ela, as pessoas nada seriam, pois essas passagens é que dão a certeza do presente com perspectivas futuras. Não havendo uma historia a ser contada, não ha certeza alguma na razão de ser. O ponto culminante esta no rebaixamento dos conceitos passados.

Quando vejo uma pessoa rindo por todos os lados, tenho certeza que esse ser sublima uma ou outra função básica em seu interior sacrificando prazeres.

Não mais fico surpreso quando ouço falar a respeito de gente perambulando pela vida feito zumbi. Em verdade, o simples fato de mascarar a angústia através de um ou outro artifício – no caso, o riso – é sinônimo de sofrimento. Quando este é somatizado, acaba causando distúrbios outros pelo organismo.

Amor, medo, culpa, raiva – comuns a todos – entram em xeque quando caminham pela mesma via num processo semelhante ao sadomasoquismo.

Se ocultas, essas inquietações retiram boa parte do encanto pela vida. Mantidas artificialmente num limiar de menor importância (base de remédios), angustias, medos e sentimentos afins passam a ser uma espécie de sombra levando pessoas em curto prazo a depressão.

Ao se decodificar do inconsciente o significado do simbolismo implícito em seu imaginário, os conflitos interiores são desmascarados dando vazão a retomada da vontade de viver. Devidamente resgatados – exteriorizados – essas funções que mantinham a pessoa reclusa em si, deixa de fazer sentido.

Não admiro quando os “podres” de algumas pessoas afloram em violentas retomadas ao concreto já que a fantasia as encerrava abalando sua parte social.
As perguntas a seguir são básicas: por quê esses desarranjos foram por tanto tempo mascarados da realidade com severos danos a saúde ? Qual o fator desencadeante dessa paranóia que colocou em conflito o consciente ao inconsciente ? As perguntas são muitas, mas as respostas – inversamente proporcionais.

Num tempo em que a comunicação é praticamente imediata, perguntas referentes ao ser humano não podem ser respondidas de maneira abrangente já que cada caso é um caso.

Guardadas as devidas proporções, todo homem tem em si um mundo particular só mesmo acessível a seu inconsciente. Quando essa pessoa consegue decodificar de forma simples seu significado, a vida tornar-se de fácil manejo, pois para cada pergunta há uma resposta nem sempre compreensível, mas inteligível a ela.

Não creio que esse assunto possa ser sintetizado em duas ou três páginas. Acredito que por ai também entre o stress emocional delineado numa vida que só mesmo alguém habilitado talvez seja capaz de desvendar ou no mínimo, dar dicas para tal.Quanto a mim, paro por aqui. Não gosto muito de conjecturar a respeito daquilo que pouco sei. E você ?


Manoel Cláudio Vieira, sexta-feira, 27 de junho de 2003 – 20:24h.
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Minha vida de epiléptico


Epilepsia. Que coisa é essa que é capaz de derrubar uma pessoa e transforma-la numa espécie de “João Ninguém” para a vida em sociedade ?? Pois é, pois é. Isso ai me deu uma tremenda de uma rasteira quando mal e mal eu tinha nascido para o mundo – 4 anos de idade. A convulsão que tive deixou minha família um bocado transtornada. Ninguém entendia o porque daquela criança estar de olhos virados. Ficaram com medo. Levaram-me ao médico. Fui tratado por uns tempos (?) –talvez, alguns meses. Acharam que eu não tinha nada, pois os exames feitos não deram coisa alguma. Suspenderam a medicação aos poucos até que recebi alta. Fazer o que ?? 

Seis anos mais tarde, ela voltou. Voltou com uma ferocidade do tamanho do mundo. Transformou totalmente a minha vida. Deixei de ser gente para num passe de mágica para virar “coisa”. Muitos não me queriam por perto (e ainda alguns parece fugirem de mim). Achavam que eu era uma espécie de retardado. Alguém que não poderia viver sem auxilio de uma pessoa qualquer. De antemão, já me condenaram para a vida, para o mundo. Viver em sociedade, não poderia ser algo para mim. Meu máximo seria viver a margem dela, sem direito a nada, de boca bem fechada, me conformando com tudo. Transformaram-me em carrasco e refém de ...mim mesmo. Estranho ?? Não, não. Alguns de meus próprios familiares – tios, primos, irmã, etc. por vezes me chamavam de louquinho ou coisas bem piores. Depois, se arrependiam, mas de nada adiantava querer voltar para traz porque o tempo não volta atrás e as coisas erradas que aprontaram comigo, fazer o que?  - já estavam encravadas bem no fundo de mim. Passei anos e anos por maus bocados. Cheguei até a ser reprovado na escola por um professor, que gostava de jogar a classe contra mim. Era horrível ter que lidar com quase 40 colegas rindo de mim ao mesmo tempo. Novamente, fazer o quê??  Para piorar ainda mais a minha situação, minha mãe passou a tomar uma posição altamente negativa. Sem querer, me colocou sob uma espécie de “redoma de vidro”. 

 Essa redoma é algo altamente enganoso. Enganoso e perigoso. Ao mesmo tempo em que te dá, te cerceia para a vida em sociedade, te sufoca para o mundo. Você passa a não mais viver a vida. Passa, a bem dizer, vegetar. Aquele ser (minha mãe) que pensava estar dando proteção, no fundo, mais bem no fundo mesmo, estava querendo viver por mim. Ela fez (faz) isso sem perceber. Acha que esta me ajudando, mas... Quer saber uma das coisas mais difíceis de minha vida ? Convencer essa mulher, que apesar dela me querer muito bem (bem até demais), não pode querer respirar, viver ou fazer as coisas por mim. Falar disso a uma mãe requer um bocado de “jogo de cintura”. Ela pode não entender, retrucar com certa violência e/ou incoerência e te fazer sentir-se culpado por aquilo que disse. Esse sentimento de culpa  judia, maltrata,  que não é brincadeira. As culpas são algo de difícil manejo. Minha mãe teve um passado um bocado difícil. Perdeu meu pai quando faltavam 20 dias para o meu nascimento. Por isso, se apegou assim tanto a mim. Sem meu pai que seria a pessoa a me separar dela, vivi praticamente toda minha vida debaixo de sua saia. Foi muito ruim a falta da figura paterna para a troca de experiências.  Meu mundo masculino (?) esteve voltado para ninguém.  Meus tios e avô materno foram os únicos com quem pude contar.

Consegui emprego ainda jovem.  Ótimo. É muito gostoso ter seu próprio dinheirinho, ajudar na casa, fazer com ele quase tudo que se quer. O ruim era agüentar aquele pessoal sádico, que volta e meia telefonava para passar trote, xingar de louco, maluco, etc. Muitos até me mandavam consultar um “Pai de Santo”. Isso fez um mal tão grande, mas tão grande ao meu desenvolvimento. Até hoje, não sei bem o porquê das pessoas adorarem fazer dos outros uma espécie de “pára-raios” para suas frustrações. Já me disseram que fazer isso é próprio do ser humano, mas não me disseram o por quê fazem isso. Sadismo ?? Quem sabe.
Ao completar 18 anos, fui demitido. Disseram que não havia vaga alguma para auxiliar de escritório e como office-boy não poderia ficar na empresa com aquela idade. Fazer o que ??  Sai em busca de um novo emprego. Preenchia as fichas. Quando examinado pelos médicos, dizia que tinha epilepsia. Logo, era rejeitado em todos os lugares. 

Percebe-se com a maior clareza do mundo que ninguém quer um epiléptico por perto. Cansei de procurar emprego e receber os mais diversos tipos de resposta. Experimentei mentir. Fui admitido. Mas, porém, contudo, todavia, quando tive a primeira convulsão, (segundo dia de trabalho) passei a ser visto como um “demônio” ou coisa parecida. Fiquei sabendo que durante a crise, um "montador" de pneus – era uma grande rede de pneus - jogou sobre mim um pneu com roda e tudo. Não me acertou por um triz, mas ...
Fiquei com muito medo de trabalhar num lugar daqueles. Aquela turma me olhava com uma cara de poucos amigos. Nem precisei pedir demissão porque no terceiro dia fui chamado ao departamento pessoal e informado que tinha sido reprovado no contrato de experiência. Reprovado, vá lá, mas reprovado no terceiro dia de trabalho ??  Coisas da vida? Só se for da minha.

Procurei emprego em um banco. Da mesma maneira, menti e fui aprovado. Para ser exato, aprovado como estagiário no Banespa. Tudo ia bem até a “bendita” convulsão  acontecer.  Pediram para mim o que é que eu tinha. Disse que aquilo era epilepsia. Ah, meu Deus do céu.... Para que é que eu fui falar. Os telefonemas dando trotes voltaram a chover aos montes em minha mesa de trabalho. Não dava para trabalhar direito com aquele bando de ... animais enchendo a paciência o dia inteiro. Só tinha uma pessoa que gostava de mim naquele lugar, mas fazer alguma coisa visando o meu bem estar... nada. Agüentei seis meses. Não consegui suportar tamanha humilhação naquele ambiente supostamente de trabalho. Pedi rescisão de contrato. 

Após isso, fui a tantos e tantos lugares e recebi tantas e tantas vezes a resposta não que me cansei de procurar. Estou a anos fora do mercado de trabalho. Cansei dessa procura inútil, que costumeiramente da em coisa alguma.
Dia desses fiquei sabendo que um amigo meu (também epiléptico) foi admitido no H.S.P – E.P.M a convite do Dr. Esper Cavalheiro. Resolvi eu também a ele me dirigir. Quem sabe, contando meu caso, ele poderia me ajudar dando-me um emprego (fosse ele qual fosse). Falei com uma pessoa – acho que era seu secretario, não sei direito - que anotou meu nome em um caderno. Disse para que eu esperasse resposta via telefone. Pois bem. Já se passaram vários meses e resposta que é bom (para sim, ou para não)... nada. Impossível me acharem incompetente; tenho superior incompleto, mas e daí?? O “não” parece ser uma constante em minha vida.

Às vezes sinto o porque muita gente cai numa vida desregrada. Se para quem é supostamente normal, trabalho esta difícil, imagine então para quem tem o problema que eu tenho. Pensei que num local como o H. S. P - E.P.M fossem entender minha difícil posição, mas ... 
Sabe, minha vida amorosa foi também dilacerada pelo fator “trabalho”. HÁ algum tempo conheci uma moça que como eu, também tem epilepsia. Tudo entre nós ia as mil maravilhas. Nossas relações de troca estavam indo de vento em popa. Sabíamos negociar maravilhosamente bem as nossas pequenas diferenças. Para mim era perfeitamente compreensível entender o porque dela ficar brava volta e meia. Afinal de contas, eu também fico assim sem motivo aparente. Quem melhor que um epiléptico para entender outro !! Certo dia pensamos em juntar nossas coisinhas e... passarmos a viver juntinhos. Mas vivermos juntos com que dinheiro ?? Ela, mal ganha para comprar seus remédios e tal qual eu, também depende financeiramente de outras pessoas. Também se cansou de ver as portas fecharem-se a cada vez que procurava emprego; de tão cansada, procurou e conseguiu aposentadoria. Concluiu que para nos não havia saída.  Disse a mim que nossa união estaria fadada ao fracasso. 

Será que ela estava enganada mesmo quando disse isso ? Até hoje quando nos encontramos, ela parece querer fugir de mim. Agora, me explique porque quando trocamos telefonemas, ficamos até duas horas “pendurados” no telefone  feito dois adolescentes enamorados ?? Por uma questão de ética, não coloco aqui até que ponto ela se abre para mim expondo toda sorte de coisas que a perturbam. Melhor, acho que o certo seria dizer o quanto no abrimos um para o outro. Sabe, nos abrimos de uma maneira tão linda, tão bela, tão pura !! Nem parece que somos do tempo onde a regra geral é levar vantagem em tudo ! Alias, ambos odiamos esse ditado. Acho que o coitado do Gerson não pensou que um dia seria tão desprezado pelo que disse. Naquela época e naquelas condições, tudo bem, mas hoje...

O fato é que continuo (e sempre continuarei) a ser um baita de um ombro amigo só que via telefone. Acho que devo mudar meu modo de proceder quando falo com ela. Acho que é esse meu jeito tão “escancarado” de ser deve dar um certo medo na moça. Infelizmente, por telefone a conversa fica muito fria, distante, impessoal. Sem querer acabo me abrindo demais. Sabe, me faz muita falta esse tipo de presença (feminina) em minha vida.

Remédios:

Acho que já tomei quase todos eles.  Seus efeitos colaterais... pelo amor de Deus. Eta coisa mais ruim. Enjôo, constante dor no estômago, barriga, hemorróidas, prisão de ventre, tremores, diplopia, tontura, sono, insônia – (trocar o dia pela noite)- algumas mulheres param de menstruar, enfim, coisas pra lá de medonhas. Alguns medicamentos, apesar de custarem uma nota preta (Trileptal), não conseguem segurar a convulsão.  Para ser mais exato, com essa medicação, passei uns dias com um tremendo enjôo, volta e meia vomitava verde, tinha visão dobrada 20 minutos após tomar o remédio, etc., etc. Fazer o quê ? Me sentia um cara a beira a vida. Meu pobre fígado ...
Sabe, se realmente existir outra vida, nós epilépticos fomos bem ruinzinhos, não acha? Caramba, o que estou pagando nessa... Não acredito nessas coisas, mas...

Sociedade.

Como se pode viver numa sociedade que te quer o mais distante possível ?? Difícil ? Lógico que sim. Impossível, isso não. Sabe, nossa sociedade é um bocado pobre em valores éticos e/ou morais. Não só pobre como também podre. Nela há três tipos de pessoas : as que fazem acontecer, as que perguntam como se faz acontecer e o terceiro e último tipo que é formado por gente que mal e mal pergunta o que é que aconteceu. Estranho, mas é a mais pura realidade – pelo menos a meus olhos.

Um dos meus principais problemas foi não usar as famosas “mascaras” quando se saí para o mundo. Expunha-me a torto e a direito. Muitas pessoas , a par disso, fizeram de mim “gato e sapato”. Tentava inutilmente fazer as pessoas adequarem-se a minha realidade (como se isso fosse possível) e não eu adequar-me à realidade da sociedade na qual vivemos. Até perceber isso, apanhei. Hoje, as coisas não mais são assim. Sempre que alguém, sem motivo algum, tenta me fazer de bobo, na mesma hora retruco com a mesma intensidade ( a famosa lei da física - ação/reação). O indivíduo parece cair em si, passa a me respeitar um pouco mais e com o tempo larga esse estúpido modo de proceder. Estranhamente, passa a ser mal visto pelas próprias pessoas que o cercam.

Graças a Deus, mas graças a Deus mesmo, hoje sou assim (mais vivo, mais cheio de energia, desembaraço, disposição, pique, etc.) graças às psicólogas de meu grupo terapêutico, Dr.a Neide Barroso, Dr.a Maria Helena e Dr.a Regina Silvia. Esses três anjos fizeram de mim uma outra pessoa. Costumo dizer que a cada reunião que temos, elas nos fornecem uma espécie de “remédiozinho” que tomado em doses homeopáticas, da tempo certinho de continuarmos menos deprimidos até a próxima reunião.  E ele faz um bem... Pelo menos me mantém mais vivo nas horas difíceis. Tem mais, essa nossa “micro-sociedada” nos ajuda dando forças para os momentos mais críticos pelos quais passamos quando estamos no mundo.  Explico melhor: tiramos muito proveito das conclusões que chegamos quando estamos neste pequeno grupo e aplicamos esses novos conhecimentos em nosso dia a dia com resultados simplesmente fantásticos.

Consciência:

Sabe doutora Ivete, passei a ser mais humano, a deixar aquela espécie de “posição fetal”, a voltar a vida, depois que tive a Sra. como minha médica. É impressionante a sua maneira de transmitir uma mensagem “por traz das palavras”. Estranho ?. Não. Passei a entender que não poderia estar simplesmente recebendo ordens sem questionar. Acho que, como se diz àquela gíria, cai na real. Geralmente, nos pacientes não fazemos nossa parte. Esperamos de vocês médicos, tudo. Esquecemos de tomar o remédio nas horas exatas, aprontamos das nossas (os famosos testes), sentimos muitas vezes uma tremenda vontade de mandar tudo para... .  Queremos que vocês façam tudo pela gente - quem sabe até tomar remédio !!!. Alguns acham que vocês são uma espécie de Deuses e/ou Semideuses na terra.  Isso é muito ruim. Quer saber o porque ?? Muitos da turma do outro lado dos lençóis, a meu ver, parecem ficar com um ego (ego ou eu ??) do tamanho do universo.!!

Doutoras: IC, NB, MH e RS
muito obrigado, mas muito obrigado mesmo por vocês... existirem.

Manoel Claudio Vieira -  Julho de 2000

Eu, meus problemas, minha caixa de água e seus encanamentos.


Quais as semelhanças possíveis entre pessoas, problemas, caixas de água, e encanamentos ?? Para quem não dispõe de um mínimo de sensibilidade, nenhuma mas o que tem de coisas tremendamente afins .... Explicando melhor : dia desses resolvi limpar minha caixa de água. Aproveitei também e já que estava por lá com todas as ferramentas a mão, resolvi trocar a bóia também. Meu primeiro passo foi fechar o registro da rua e esvaziar cerca de 6/10 de seu volume. Até ai, tudo muito fácil. Foi só abrir as torneiras, dar descarga na válvula "hidra" e mais nada. Evidente que não joguei toda essa água fora. Fiz uma pequena provisão - enchi alguns baldes - para as horas de caixa vazia. 

Não faria sentido algum ficar cerca de 24 horas sem nada. Bem, o passo seguinte já foi um pouco mais trabalhoso. Fiz um tampão e tratei de tapar o encanamento para que sujeira nenhuma penetra-se dentro dele. Após essa etapa, veio então àquela mais trabalhosa (e penosa) da limpeza: retirar com uma lata de 5 litros parte da água restante e jogar para fora - via telhado. Essa água era um barro só, porém nela podia só ver com certa clareza dois tipos de sujeira : Uma extremamente grossa e outra extremamente fina. Retirar a grossa foi relativamente fácil, porém a fina ... Foi um tal de limpar a caixa de água em tudo que era canto com sabão, cândida, escovas, panos, etc. Quando tudo já parecia limpo, novamente foi um tal de retirar àquele "lixo" com uma pequena lata, limpar bem as bordas (laterais) da caixa , adicionar um pouco mais de água limpa e, novamente escovar a dita cuja com mais um pouco de cloro e aguardar uns 15 minutos (tempo que calculei para higienização) e expulsar novamente àquela "água" , via telhado. Após tudo isso, na lata de 18 litros preparei uma solução razoavelmente forte de água com cloro. 

Retirei o tampão do encanamento, fiz todo aquele veneno higienizador descer até todas as torneiras. Novamente, esperei alguns minutos para uma boa higienização. Lógico que impedi que essa água do encanamento não tivesse outro destino senão o esgoto. Já imaginou se alguém menos avisado toma um mínimo desse veneno ?? Bem, após os 15 minutos, abri todas as torneiras. Fiz todo aquele veneno correr para o esgoto. Depois de devidamente drenado, abri o registro e fiz correr bastante água pelo encanamento para retirar de dentro dele algum "restinho" de veneno. Feito isso, fechei novamente o registro , retirei a bóia velha e instalei quase que imediatamente a nova. Aquele mecanismo já estava corroído pelo tempo, com prazo de validade bem vencido. Não era mais confiável. Estava sujeito a quebras com conseqüências nada agradáveis. 

Desci do forro, esperei o tempo necessário para a cola secar totalmente e só então abri novamente o registro . Foi bonito ver entrar água tão bela e tão pura ( ? ) novamente naquela caixa de água limpinha, limpinha.  Foi gostoso regular o novo mecanismo de entrada dessa água. Bem, o que isso ai tem a ver com nossas vidas ?? Imagine você tendo dentro de si uma espécie de caixa de água. Quando a gente vem ao mundo, ela esta limpinha, sem mácula alguma, totalmente isenta de problemas. Para não dizer que não temos problemas, nosso único probleminha era chorar para "papar", reclamar de dor de barriga ou sei lá o que- ( será que esse era um problema ?? ) . 

Crescemos Começamos a receber da sociedade que nos cerca algumas "pauladas". Esses problemas são aquelas grandes sujeiras em nossas "caixas de água". Não são grande coisa porque são perfeitamente visíveis. Encomodam demais, porém são facilmente detectados e com algum esforço, expulsos. Nossos grandes problemas estão justamente naquela sujeira quase imperceptível a visão e ao tato. Por quê ?? Porque ela é a mais perigosa por prover de pessoas muito próximas, pessoas que achamos que podemos contar o tempo todo. É nesse tipo de sujeita que estão as bactérias mais mortais a nossa saúde. Ë um tipo de sujeira tão sutil, tão danada de se limpar que até consegue se infiltrar dentro de nossos meios de ligação com o mundo que nos cerca ou seja , o encanamento. 

Por isso que ele também deve ser devidamente higienizado, desinfetado. Não basta você simplesmente limpar-se de problemas jogando pelos ares todo tipo de sujeira que tem. É necessário que nesse período de limpeza interior, se tenha uma pequena provisão - aqueles baldes - porque se jogamos fora tudo de uma vez sem nada prover, corremos dois sérios riscos: ficamos vazios como homens e restos de vida como gente por machucarmos muitas vezes nossos semelhantes. O tampão é o dispositivo que usamos para não ofender - mesmo sem querer- nosso próximo. Quando ofendemos sem razão alguma, no fundo ofendemos a nós mesmos e isso é uma das coisas que doem demais.

Nossas “caixas de água” devem excluir paulatinamente coisas velhas e repugnantes por um dos lados enquanto que pelo outro devem absorver coisas novas e boas. Essa limpeza pode doer muito mas o bem que ela faz ... Ficamos mais humanos, adquirimos mais maturidade, equilíbrio e sobretudo sentimos uma razão a mais para querer viver e não para morrer. Alguns de nós não tem  a consciência  do mecanismo - meio bobinho até - da "caixa de água" mas absurdamente coerente com o nosso modo de viver. Alguns até podem tentar se  " limpar" atacando os efeitos - neuroses, manias, mal-estar, medos, vergonhas, sentimentos que não sabem lidar  -  esquecendo-se de tratar o mais importante, ou seja , quais as causas que o fizeram se sentir tão mal assim. Sem querer, nos esquecemos que esse mecanismo da bóia se deteriora com o tempo Não damos conta disso.. Essa "bóia" é uma espécie de "senso critico" existente na raça humana. Se deixamos de trata-lo, atualiza-lo ou substitui-lo a tempo, muita "coisa" ele deixa passar com tristes resultados para nós e aqueles que nos cercam mais de perto. Quase perdemos pé !! . 

O fluxo de "entrada" acabou ficando muito maior que o de "saída" .Acabamos por vezes ofendendo pessoas amigas ao colocarmos para fora coisas que só com muito cuidado devemos lidar pois são nocivos . Com isso, sem querer, acabamos perdendo boas amizades. Essa água perdida ralo abaixo, sem querer - perdida -nos leva a um estado de depressão. Fazer o quê ?? Tratar, levantar a cabeça, sacudir toda coisa imprestável que nos impregna e finalmente DAR A VOLTA POR CIMA.


Manoel Cláudio Vieira - Segunda-feira, 25 de Outubro de 1999.

O fim de quem faz sofrer


Após a noite vem o dia
Não há o que lamentar
As sombras não duram para sempre
Assim é a vida de quem versa o verbo amar

As visões dos sonhos
Sempre espelham verdades
Vive-se com tão pouco neste mundo, mas nele
A vida é mais vida e menos falsidade

Quando lhe faltarem lágrimas
Não pense no pior
O caminho galgado foi o escolhido
Não adianta agora demandar pelo melhor

Quando se despeja liquido num copo
Você tem idéia de onde a borda vai parar
Tudo na vida tem um andamento, uma historia.
Os reservatórios outrora cheiros também deixam de aguar

Assim é a vida
Quem tem amigos verdadeiros não fica sozinho
Se você um dia talhou mentiras, desmandos.
Estará um dia curtindo solitário o seu ninho.

Aproveite o tempo que resta
Tenha em mente o dia em que for perecer
Quando isto acontecer lembre-se
Uma vida com passado nebuloso não há como esconder


Manoel Cláudio Vieira  26/03/2014

sábado, 22 de março de 2014

Um novo despertar


Algumas pessoas procuram se machucar
Para sentir que em seu ser há vida
Outros tantos procuram machucar
Por sentir prazer na dor alheia vivida


São poucos os que acolhem
Outro tanto oferta em similar proporção
Alguns procuram morrer
Por não sentir mais prazer no coração


Muitos dão voltas em torno do baoba
Procurando um sentido após abusos
Outros jamais se encontram
Sem perceber que se tornaram seres de reuso


Quero viver... quero viver 
Sentir a vida fluindo ao sabor de minhas atitudes
Demorei engrenar, mas estou aberto.
Mesmo tarde sentirei prazer ofertando algo além de solicitudes


Quero viver minha vida
Curtir passo a passo meu legado
Gostaria de esquecer o que se foi, mas não posso...
Se assim fosse repetiria os erros do passado


Sou grato às quartas-feiras
Aos companheiros que me fazem pensar
Ponderar sobre vida germinando dia a dia
Conjugando com serenidade esse novo despertar.


Manoel Cláudio Vieira – 22/03/2014  - 04:12h
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terça-feira, 11 de março de 2014

É a vida


A vida torna-se vazia
Quanto mais se procura esquecer
Seja onde for, seja como for;
Minha historia é feita de lembranças e nelas esta você

O tempo não pode apagar
Mesmo parecendo imóvel uma estrela gira
Um dia espero te encontrar feliz
Curtindo seus momentos, vivendo sua vida.

Certas coisas são para sempre
Sei que você entende minha posição,
Feito um diamante numa caixinha preta
Amordaçado num anel de ouro

Quanto mais procuro entender
Mais aparece duvidas, repentes.
Procure viver, mas você age como Cristo.
Curando os enfermos de sua mente

Minha consciência voa
Permeia o tempo nas entrelinhas das lembranças
Sozinho jamais, mas historias paralelas, sim...
Um dia elas se encontrar como ventos da bonança

Estrela da manha
Últimos raios a refletir
Cuida bem deste diamante
Faça-o brilhar e a vida cingir



Manoel Cláudio Vieira – 11/03/2014 – 06:00h
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HP médica-neurologia

sábado, 8 de março de 2014

Noites de verão


Como noites de verão
Assim é o nosso amor
Longânime, verdadeiro,
Mas jamais isento de alguma dor

Propósito de minha vida,
Você é minha terna inspiração
Pedaço de mim, amor de minha vida.
Você ocupa o lugar mais importante em meu coração

A vida da voltas e mais voltas
As gerações passam com o tempo
Somos todos frutos de uma sociedade desvairada
Vivendo um faz de conta em forma rude e torpes movimentos

A essência da vida muitas vezes se perde
Continuamos íntegros respeitando tempo e o espaço
No lugar das agruras abunda o amor e o perdão
E assim vivemos compartilhando nossos passos

Não prometo o amanha
O hoje se faz com obras do agora
Vem, tome de meus lábios!
Namora comigo e vamos embora

Mulher amada, amor de minha vida...
Amor como o nosso é difícil de encontrar
Feito metades vivemos um inteiro
Trilhando historias de amor a cada novo despertar

Lembremos o que foi o hoje
Assim que o amanha chegar
Sendo fieis a nossa historia
Teremos muito a compartilhar


Manoel Cláudio Vieira 08/03/2014 – 05:20h

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segunda-feira, 3 de março de 2014

Segredos


Tudo tem um preço
Muitos se alienam por pouco
Vivem vidas alheias
Sempre prisioneiros - jamais com homens soltos


Muitos vendem amor
Outros tantos, razão.
Numa noite são rainhas
Noutras vivem o papel de cafetão.


Se um dia chove, paciência...Amanha fará sol
Mas, não suportam ver o tempo nem a historia ao poucos se formar.
Vivem o infortúnio tristemente e nem por isso se esforçam aprender
Jamais se entregaram sem receber e muito menos suportam amar


Quando avisto estes olhos
Quase sempre vejo neles uma réstia de esperança no viver
Pena que as lembranças de outrora sufocam e
É o que lhes resta os faz sofrer


Conheço a idade dessas almas
Sei que não brilham como a luz do amanhecer nem do luar
Como se não tivessem tempo para crescer, insistem.
Pena... Pena que o tempo e as lembranças não voltem atrás


Essa gente tem muito a aprender
Por uma única vez gostaria de vê-los numa paz sincera
Triste passar despercebidos entre tantos nesta existência
Mesmo estrelas pela atração se queimam e caem por terra


Razão da vida, caminho da esperança.
Pessoas e historias cunham o tempo com seu jeito ser
Gostaria que acordassem para a vida
Vivendo o que são e não o que não deveriam ser.


Gostaria de ouvir segredos
Quem sabe, brincar com as razões do coração
Viver a vida simplesmente é o caminho
É e sempre será a melhor das viagens que se pode dedicar a um velho irmão.


Precisando desabafar estou aqui
Sou e sempre serei ombro amigo
Sei que no passado foram muitas as batalhas
Sempre os vi como companheiros e nunca um ser perdido



Manoel Cláudio Vieira – 03/03/2014 – 03:40h.
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