terça-feira, 21 de junho de 2022

O menino

 

No topo daquela montanha há uma arvore

De cima dela tem-se a visão do início e do fim

No horizonte longínquo não se distingue quase nada

Nem ao certo se sabe se o inicio é o começo ou o fim

 

Era la que um menino se escondia

Na solidão dos últimos galhos ele se punha a beira da vida

Nunca a morte esteve tão próxima do real

Era la que ele esperava que a morte viesse dar fim a sua lida

 

As horas se passavam e ele continuava na espera

Não havia o que fazer e nada se podia esperar de novo

Um céu talhado de vazios se perdia no horizonte até aparecerem as primeiras estrelas

As dores, porém, eram bem reais e se embaralhavam as crendices do que dizia o povo

 

A vida era o inferno vivido na terra dos justos

Muito se dizia que se vinha ao mundo pagar pecados de vidas passadas

Que demônio era aquela que quase todo dia cobrava passagem

Dando ao vivente por segundos a ideia do que era a nova morada

 

Não é nada fácil crescer em terras selvagens

Nada é tão simples ao sádico que explorar as falhas alheias

E como pescar num aquário

Onde a criança depende única e exclusivamente do pão que a isca permeia

 

Manoel Claudio Vieira - 21/06/2022 - 02:06h

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HP médica-neurologia










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sábado, 4 de junho de 2022

Os horrores da guerra


Campos floridos, arvores verdejantes

Tudo como uma visão de um paraíso terrestre

Ao longo, cenas de tanques de guerra entre corpos dilacerados

Oposto a vida, tudo neste mundo cheira morte e a história padece

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Não é nenhum sonho ou mesmo o roteiro de um filme de terror

E a realidade de um mundo manipulado e sem juízo

Vidas não contam sejam de um lado ou outro e o pior:

O inimigo de camarote participa e a cada morte abre um sorriso

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Nessas horas não desejo ninguém próximo

Minh'alma se compadece nesse horizonte perdido

Ha muito a ser feito pela frente e o trabalho será árduo

Difícil dormir sentindo o inferno de seres humanos sem ao menos saberem o porquê se tratam como inimigos

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As balas zunem nos campos abertos

Rasgam os céus levando um prenuncio tétrico de liberdade

Num mundo cruel, desumano e sorrateiro

A morte acaba por fim dando ao vivente a liberdade

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Quem neste mundo não busca a paz verdadeira

Paz de cemitério não faz parte da história humana

Quem nesta vida não almeja crescimento e sabedoria

Calma... não chore, somos anjos de luz sendo testados frente a carnificina humana

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Manoel Claudio Vieira – 04/06/22 – 00:56h

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