No topo daquela montanha há uma arvore
De cima dela tem-se a visão do início e do fim
No horizonte longínquo não se distingue quase nada
Nem ao certo se sabe se o inicio é o começo ou o fim
Era la que um menino se escondia
Na solidão dos últimos galhos ele se punha a beira da vida
Nunca a morte esteve tão próxima do real
Era la que ele esperava que a morte viesse dar fim a sua
lida
As horas se passavam e ele continuava na espera
Não havia o que fazer e nada se podia esperar de novo
Um céu talhado de vazios se perdia no horizonte até
aparecerem as primeiras estrelas
As dores, porém, eram bem reais e se embaralhavam as
crendices do que dizia o povo
A vida era o inferno vivido na terra dos justos
Muito se dizia que se vinha ao mundo pagar pecados de vidas
passadas
Que demônio era aquela que quase todo dia cobrava passagem
Dando ao vivente por segundos a ideia do que era a nova
morada
Não é nada fácil crescer em terras selvagens
Nada é tão simples ao sádico que explorar as falhas alheias
E como pescar num aquário
Onde a criança depende única e exclusivamente do pão que a
isca permeia
Manoel Claudio Vieira - 21/06/2022 - 02:06h
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HP médica-neurologia
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