terça-feira, 25 de setembro de 2012

Pobre riqueza...pobreza


Réstia de luz
Suplico: ilumina o irmão na dor
Intranqüilo, mórbido, apopléctico.
Paralítico entregue a mágoa e o rancor


Severo, quase intransigente.
Aos poucos aprendi as artimanhas de quem se compraz na dor
Fiz-me néscio frente aos hipócritas
Perdoando fui além dos limites do amor.


Devaneio, morada dos aflitos.
Ao raiar o dia despertei de um sonho lúgubre.
Era vosmecê com toda fleuma ostentando riqueza
Entre as flores de um imenso e mórbido ataúde


Descansa em paz...
Teu ser há muito emudeceu a esperança
Antes o que era teu não mais convence
Inerte hoje não passa de lembrança


Esta é a tua vida
Tua historia restaurada se converteu em nada
Carrasco, hoje vives sob os auspícios de tua própria lei.
Descansa em paz... O hades é tua morada.


Manoel Cláudio Vieira – 25/09/2012 - 03:52h

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domingo, 23 de setembro de 2012

Laços de ternura


O amor é a faceta humana
Impossível de se deixar lapidar.
Sem ele nossa cara metade,
Para bem longe pode se voltar.


Aqueles que julgaram poderem,
Tudo num dia só com ele acordar.
Despertam para a vida em tropeços.
Atribulações maiores em seu mundo tiveram que asilar.


Ao se ter à impressão de que tudo está completo,
Nada mais restando à companheira falar,
Esquecem-se do básico na vida dos amantes:
“Embalar sua amada em cantigas de ninar”.


Que se pode fazer para uma desavença reparar?
Difícil será o restauro de tal dano.
Palavras-chave em doces laços de ternura,
À amada poderemos evocar.


Conviver com alguém que se ama,
Sem ao menos palavras doces trocar.
Transtorna a mundo de qualquer um,
Nossa mente a deriva se põe a desvairar


Ajustada à questão conflitante,
Desfigura-se o cerco que a nada conduz.
O amor voltando fazer morada àqueles seres,
Funde novamente corações transitoriamente sem luz.


Manoel Claudio Vieira - quarta-feira, 5 de setembro de 2001  -  1:28:05


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Meu Mundo


Que mundo é esse
Imenso, bárbaro e cheio de terror.
Me disseram o que é o carinho
Só não me ensinaram o que é o amor


Me falaram do que é a luz
Mostrando a meu ser a escuridão
Crescer num mundo assim tão frio
É viver sem saber o que é uma paixão


Meu amor tem se mostrado incrédulo
Impossível àqueles com nada a mostrar
Disseram que o borrão na tela de minha'alma
É meu ser encarcerado em cela a enfadar


Que faço cá na vida ?
Preferia ao nada me recolher
Viver a vida desse jeito
Melhor...

Manoel Claudio  Vieira - março 2003

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Marcos Perdidos


Esplêndida paisagem
Nítido caminho
Meu ser não contava
Com um morrinho


Fumacinha sem fogo
Escultura desigual
Idêntica? - jamais
Michelangelo não faria igual


Obra de arte
Alivio do artista
Laborada passo a passo
Desalento do alquimista.


Concebida aos poucos
Bem gostoso - devagarinho
Em sonho é sorte
No real... montinho!


Folhas ao longo
Qual papéis esvaídos ao chão
Acervo dos desesperados.
Borradas do artesão


Pobre mortal
Não lamente
Limpe teus pés com cuidado...
Pode haver mais à frente!


Manoel Claudio Vieira
19/04/2005 - 14:30h

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Mão e luva


Amores perdidos,
Fantasias, vivências.
Riso amargo
Haja paciência


Almas gêmeas
Dois num mesmo espaço
Desafiam a vida
Vencendo o fracasso


Um pouco sabe do amor
Sente medo; foi condicionado.
Vive parte da historia
Foi este seu legado


Em boca, palavras de ternura
Atos... gestos amargos, sentenças
Codinome dissabor
Outra vez... sapiência


Medo, opressão.
Amor, carinho.
Vestidos a caráter, delicadeza.
A sos, despidos no mesmo ninho.


Incógnito em vida
Qual porta fechada com selo
Janelas se abriram
Qual brisa levantando cabelo


Custa entender
Realidade dura, chiste do desamor
Em choque, madureza
Sentença: esvaziar toda dor


Manoel Claudio Vieira – 17/04/2004 – 12:45.

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Chiste – meio termo entre graça e zombaria

Lua


Suas fases são distintas
Não há como ocultar
Saltando de quarto em quarto
Aura nova, quimeras a mostrar.


Crescente, inicia sua jornada
Tal um C de começar
Engrandece seu rostinho
Até cheia se mostrar


Os dias vão passando
Minguante principia estar
Cede parte de seu corpo 
Sentimentos mil começam expiar


Não mais que de repente
Novo rosto esta a brilhar
Em sonhos delirantes
Principia novamente a vida, doce olvidar


A vida é assim
Por fases nossa existência a passar
Pelos quartos em que passamos
Transcorrem vidas tal a lua em seu caminhar


Seria tudo insosso
Sem a atração da terra nos acalentar
Um sol aquecendo nossa sanha
Da à existência, doce história, terno desbravar.


Manoel Claudio Vieira – sábado, 11 de outubro de 2003 – 07:15h


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Menina


Vermelhos como rosa
Macios como pétalas duma flor
Quentes como a brisa
Embalada por versos dum trovador


Meu gênio exasperado
Tímido fica a teus pés
Sinto medo que possa
Acontecer... mulher.


Sei que isso é natural
Cousas simples dum coração
Meu ser anda arredio
Conjurado a paredes, sem razão.


As mudanças de postura
Difíceis são de lidar
Quanto mais complexas
Maior o medo de ganhar


As surpresas germinam aos poucos
Silenciosas como a natureza a labutar
Veste nova às plantas
Vem ao mundo purificar


O eminência duma aurora
Tal feno em brasa marcando céus sem cessar
Tornamo-nos seres divinos
Quando principiamos trocar


Pastoreio pelos campos
Ovelhas dos sonhos em noites de ninar
Fantasias retumbantes duma vida
Junto a mim, vem acompar


Sentindo segurança, transpassam
Fluxos vividos de calor ao coração
Concebendo vida nestas horas
Achegam meu canto à razão


Teu olhar renova
Afaga minha fronte com tuas mãozinhas
Sou tua ovelha, menina,
Se minha pastorinha


Para sempre quero te cantar
Ouvindo eco nos lábios teus
Torna tudo mais divino
Destilado por teu coração, Amadeus.


Vem comigo pastorear ?
Brindemos a vida, rosa em flor
A essência duma historia
Jamais termina - restaura nosso amor


Manoel Claudio Vieira – 27/11/2003 – 11:40h
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Mandacaru


Guerreiro do Sertão
Homem da cara rachada
Corpo – aluvião
Vida mascarada


Bravo, forte
Desafia a natureza
Ama como o sabre
Na agonia vê beleza.


Cruza fronteiras
Abarca insanidades
Apanha por fora
Desconhece vaidade


Cabeça de miúdo
Curva de rio
Enfado do graúdo
Coração varonil


Do grande é trampolim
Do pequeno, degrau
Da Sereia, miragem
Do hipócrita, quatro-paus.  


Crescido do nada
Canga da verdade
Coração não desaprende
O gosto da saudade


Ama alucinado
Sente falta de seu chão
Redunda melindroso
Agreste é o pão


Beija mão no Pai-nosso
Busca a mãe sob o manto
Severa é a vida
Amargo seu pranto


Renasce dia a dia
Faz da vida, memória.
Desafia a morte
A Deus entregou a história      


 Manoel Claudio Vieira - 16/03/2005 - 11:10h

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Juizo


Corpo candente
Fronte de vida
Alma peregrina
Vem abençoar


Benesses do amor
Sorriso de criança
Corpo em dança
Acalente nossa dor 


Sol ardente
Alma singela
Seara da entrega
Jardim a cuidar


Em verso, este canto
Escrito em oração 
Corpo ... guerreiro
Amor em comunhão


Cinge nossos dias
Dá-nos do liquor de teu pranto
Faça-nos forte, rijos
Abriga-nos sob teu manto


Banhe com teus lábios
Seca meu rosto com sangue do dador 
Teu filho, nosso abrigo
Irmão maior, irmão do amor


Manoel Cláudio Vieira  -  09/10/2004 – 12:46

sábado, 22 de setembro de 2012

Assim é a vida


Longânime é à noite
Reflexiva é morada da madurez.
Seguida de dias incultos onde
Praticamente tudo beira a insensatez


Ópio do poeta
Discernir o infame do puro
Abdicar da história ao adoçar a alma
Como o beijo suave, a história serena e o amor nascituro.


Muitos enganam um tempo
Outros a vida inteira.
Poucos são os que sabem coexistir
Sem levar uma história sem eira nem beira


Tolos também nascem sensatos
No caminho se perdem e sua historia vai do nada a coisa alguma beirando a ausência
Sem perceber, manipulam a si mesmos.
Vivendo em seu cotidiano a própria demência


Sem freios, invadem sinal.
Faltam-lhes o amor, carinho e humildade.
Escória de um protótipo indolente
Vivem aparências e não sua própria idade


Manoel Cláudio Vieira –22/09/2012 – 05:41h
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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Os dois lados do lençol


Viver duas ou mais vezes uma situação nos faz aprender muito a respeito das inúmeras facetas existentes na vida. Verdade muitas vezes é preferível calar a voltar a um momento de dor, porem quando se aprende, em geral pela tribulação que esses períodos podem ser evitados com uma simples medida e que a vivencia nele nada trás de útil, se posso impedir esses instantes com certeza posso também arranjar uma existência melhor.

Verdade não ha como calar a dor, mas se posso transformar um infortúnio num momento de reflexão e com ele saltar da condição de paciente a de sacerdote de mim mesmo, posso sim trabalhar meu ser unindo o útil ao agradável transformando a vida (minha vida) e não sendo manipulado pelas inúmeras situações nela presentes.

Gostaria de contar com o depoimento e a experiência de pessoas que passaram desta condição a outra, mas o que seria de mim se com o tempo me isolasse indo da condição de observador a de guardião? Com certeza, nada; verdade a vida se vive uma única vez, porém quando se tem em mente que o aprendizado jamais termina, posso sim viver duas vezes o mesmo momento, mas nunca a mesma situação.


Manoel Claudio Vieira - 14/09/2012 06:02h
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