terça-feira, 27 de junho de 2023

A vida em ondas




Nada será como antes, 

Contra o vento não se navega

Não se esquiva do perigo, pois ele cresce

Na vida as pessoas passam, mas as marcas do tempo permanecem


Os dias sem rumo há muito se foram

Verdade ficaram na lembrança as estações onde vida e morte esgueiraram à linha

Necessário abstrair sem esquecer o que se foi, pois apesar de belo, 

O joio também é uma erava daninha


Mais uma vez, faz-se necessário dar uma pausa e repensar o presente

Não digo largar tudo, esquecer prazos, compromissos ou mesmo, pressões

E sábio dar tempo ao tempo, deixar a brisa afagar a face solitária

Afinal, a vida é única, quem vive é você e ninguém mais nesse mundo rouba seu tempo a não ser seu coração


Não pense que tudo que aconteceu deixará de existir

Dos beijos da amada ao recanto de um lar, sempre haverá novas lembranças

Dizem que a noite é uma criança, mas você jamais saberá por que em certos momentos ela chora

Cabe a cada um abraçar seu miúdo, concatenar ideais e viver em ajuizada temperança


Se a vida está difícil, prepare-se 

Não pense que vai enlouquecer pois o amanhã promete

Faça acontecer, abra portas onde as janelas fecharam

Neste páreo, a vida é um jogo e seu cavalo sofreu forfait *


Manoel Claudio Vieira – 23/06/23 – 23;48h


*Forfait é quando o cavalo que estava inscrito em um determinado páreo é retirado por algum motivo previsto no regulamento.





















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quarta-feira, 21 de junho de 2023

Lagrima incontida

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Dar férias ao coração

O que outrora ardia em chamas, tornar passado

Ouvir muito, falar pouco, engoli insultos perenes – gema de doenças

Fazer pouco de si, ludibriar o futuro, abandonar seu legado


O olhar que vislumbrava um majestoso horizonte

Aos poucos vem desmoronando logo à frente

O crepúsculo da aurora jamais rematada

O tempo passando, nada se concluí e o vivente perdido, cada vez mais descrente


O que seria a tal felicidade

Quiçá, aquele algo a mais que todo adolescente espera em sua história

Ou seria tudo mais uma bela faceta narrada aos miúdos

Onde no real o protagonista encarna o presente moldando sua historia


Já não importa mais as estrelas nem tampouco, horizontes

Querubins não pensam com a cabeça nem pés no chão

Basta a vida de guardiões das portas do paraíso face ao inferno real

Aos poucos, a existência humana vem se tornando uma enorme decepção 


Apesar de tudo e todos, a vida continua

Por mais idiotas encontremos no caminho, mais leões temos que lidar

Não importa o que digam ou mesmo façam 

Coexistir faz parte da história e é algo essencial ao nosso caminhar


Manoel Claudio Vieira – 21/06/23 - 00:11h






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