Indiferentes a tudo,
muitas pessoas conseguem manter sua estabilidade psicossocial a custa de
remédios que regulam sua parte psicológica à social. A atuação desses
medicamentos tem a função de rebaixar o limiar de importância do passado dando
menor ênfase a fatos chave transmitidos a psique da pessoa.
Em geral, a temática
dessas drogas tem sempre esse mesmo objetivo já que é impossível ocultar ou
privar de valor toda uma historia de vida. Sem ela, as pessoas nada seriam,
pois essas passagens é que dão a certeza do presente com perspectivas futuras.
Não havendo uma historia a ser contada, não ha certeza alguma na razão de ser.
O ponto culminante esta no rebaixamento dos conceitos passados.
Quando vejo uma pessoa
rindo por todos os lados, tenho certeza que esse ser sublima uma ou outra
função básica em seu interior sacrificando prazeres.
Não mais fico surpreso
quando ouço falar a respeito de gente perambulando pela vida feito zumbi. Em
verdade, o simples fato de mascarar a angústia através de um ou outro artifício
– no caso, o riso – é sinônimo de sofrimento. Quando este é somatizado, acaba
causando distúrbios outros pelo organismo.
Amor, medo, culpa, raiva
– comuns a todos – entram em xeque quando caminham pela mesma via num processo
semelhante ao sadomasoquismo.
Se ocultas, essas
inquietações retiram boa parte do encanto pela vida. Mantidas artificialmente
num limiar de menor importância (base de remédios), angustias, medos e
sentimentos afins passam a ser uma espécie de sombra levando pessoas em curto
prazo a depressão.
Ao se decodificar do
inconsciente o significado do simbolismo implícito em seu imaginário, os
conflitos interiores são desmascarados dando vazão a retomada da vontade de
viver. Devidamente resgatados – exteriorizados – essas funções que mantinham a
pessoa reclusa em si, deixa de fazer sentido.
Não admiro quando os
“podres” de algumas pessoas afloram em violentas retomadas ao concreto já que a
fantasia as encerrava abalando sua parte social.
As perguntas a seguir são
básicas: por quê esses desarranjos foram por tanto tempo mascarados da
realidade com severos danos a saúde ? Qual o fator desencadeante dessa paranóia
que colocou em conflito o consciente ao inconsciente ? As perguntas são muitas,
mas as respostas – inversamente proporcionais.
Num tempo em que a
comunicação é praticamente imediata, perguntas referentes ao ser humano não
podem ser respondidas de maneira abrangente já que cada caso é um caso.
Guardadas as devidas
proporções, todo homem tem em si um mundo particular só mesmo acessível a seu
inconsciente. Quando essa pessoa consegue decodificar de forma simples seu
significado, a vida tornar-se de fácil manejo, pois para cada pergunta há uma
resposta nem sempre compreensível, mas inteligível a ela.
Não creio que esse
assunto possa ser sintetizado em duas ou três páginas. Acredito que por ai
também entre o stress emocional delineado numa vida que só mesmo alguém
habilitado talvez seja capaz de desvendar ou no mínimo, dar dicas para tal.Quanto a mim, paro por
aqui. Não gosto muito de conjecturar a respeito daquilo que pouco sei. E você ?
Manoel Cláudio
Vieira, sexta-feira, 27 de junho de 2003 – 20:24h.
http://www.angelfire.com/oz/foradassombras/
HP médica-neurologia
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