quarta-feira, 26 de março de 2014

Cumplicidades do Inconsciente

Indiferentes a tudo, muitas pessoas conseguem manter sua estabilidade psicossocial a custa de remédios que regulam sua parte psicológica à social. A atuação desses medicamentos tem a função de rebaixar o limiar de importância do passado dando menor ênfase a fatos chave transmitidos a psique da pessoa.

Em geral, a temática dessas drogas tem sempre esse mesmo objetivo já que é impossível ocultar ou privar de valor toda uma historia de vida. Sem ela, as pessoas nada seriam, pois essas passagens é que dão a certeza do presente com perspectivas futuras. Não havendo uma historia a ser contada, não ha certeza alguma na razão de ser. O ponto culminante esta no rebaixamento dos conceitos passados.

Quando vejo uma pessoa rindo por todos os lados, tenho certeza que esse ser sublima uma ou outra função básica em seu interior sacrificando prazeres.

Não mais fico surpreso quando ouço falar a respeito de gente perambulando pela vida feito zumbi. Em verdade, o simples fato de mascarar a angústia através de um ou outro artifício – no caso, o riso – é sinônimo de sofrimento. Quando este é somatizado, acaba causando distúrbios outros pelo organismo.

Amor, medo, culpa, raiva – comuns a todos – entram em xeque quando caminham pela mesma via num processo semelhante ao sadomasoquismo.

Se ocultas, essas inquietações retiram boa parte do encanto pela vida. Mantidas artificialmente num limiar de menor importância (base de remédios), angustias, medos e sentimentos afins passam a ser uma espécie de sombra levando pessoas em curto prazo a depressão.

Ao se decodificar do inconsciente o significado do simbolismo implícito em seu imaginário, os conflitos interiores são desmascarados dando vazão a retomada da vontade de viver. Devidamente resgatados – exteriorizados – essas funções que mantinham a pessoa reclusa em si, deixa de fazer sentido.

Não admiro quando os “podres” de algumas pessoas afloram em violentas retomadas ao concreto já que a fantasia as encerrava abalando sua parte social.
As perguntas a seguir são básicas: por quê esses desarranjos foram por tanto tempo mascarados da realidade com severos danos a saúde ? Qual o fator desencadeante dessa paranóia que colocou em conflito o consciente ao inconsciente ? As perguntas são muitas, mas as respostas – inversamente proporcionais.

Num tempo em que a comunicação é praticamente imediata, perguntas referentes ao ser humano não podem ser respondidas de maneira abrangente já que cada caso é um caso.

Guardadas as devidas proporções, todo homem tem em si um mundo particular só mesmo acessível a seu inconsciente. Quando essa pessoa consegue decodificar de forma simples seu significado, a vida tornar-se de fácil manejo, pois para cada pergunta há uma resposta nem sempre compreensível, mas inteligível a ela.

Não creio que esse assunto possa ser sintetizado em duas ou três páginas. Acredito que por ai também entre o stress emocional delineado numa vida que só mesmo alguém habilitado talvez seja capaz de desvendar ou no mínimo, dar dicas para tal.Quanto a mim, paro por aqui. Não gosto muito de conjecturar a respeito daquilo que pouco sei. E você ?


Manoel Cláudio Vieira, sexta-feira, 27 de junho de 2003 – 20:24h.
http://www.angelfire.com/oz/foradassombras/

HP médica-neurologia

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