quarta-feira, 26 de março de 2014

O sábio e o esperto

Pessoas providas de amor, ética, bons costumes, afeição que sabem discernir problemas alheios dos seus são plenas daquilo chamado inclinação à existência e mestres na arte da vida. Assim que podem, retiram um tempo do seu para ouvir colocando o fardo do necessitado em equilíbrio tamanha objetividade contida em suas palavras - às vezes duras porem providas de alto grau de discernimento.
Nunca apontam saídas sem mais nem menos. Através de dicas sutis, ajudam o necessitado a encontrar por si a solução de seus problemas. Evidente não possuírem todas as chaves, mas o caminho das pedras sabem muito bem anelar.
Quando revoltadas (coisa rara), passam a impressão de um caráter oposto àquele conhecido. Por esta falha, indivíduos de baixo quilate derramam no ar boatos mal-intencionados e como tudo que é ruim se propaga com a velocidade da luz, fazem sua estrelinha brilhar com luz alheia. Persistem em se mostrar iluminadas contudo não são possuidores da mesma.
De linguagem rica em promessas impossíveis de se cumprir, o esperto atrai sem chamar explorando sempre a expectativas de vida melhor, fato este que conduz as pessoas a operar sem pensar.
Raras vezes o esperto falha em seu propósito - sempre um discurso avesso ao que prega. Basta observar seu padrão de vida. Um bom carro, casa própria e emprego agradável. De onde provem o dinheiro que o mantém nesse posto é mantido em segredo; alias, quem o colocou nessa função é outra incógnita.
Como sempre, se fazem “benfeitores” - com o dinheiro alheio, evidente. Imputam ao inconsciente coletivo seu desejo de vida fácil tornando o ouvinte mais ingênuo, massa de manobra barata sem que este perceba a real extensão.
Dessa forma, vivem confortavelmente. A paz que tanto o homem almeja, sempre pregada pelo esperto - de longe faz parte de seu currículo. Aprendeu a fazer do inferno sua morada e daqueles que o servem, castiçais.
Ironicamente o sábio passa ter uma visão chamuscada por sua própria humildade, o que não compromete seguir adiante. Sabe o quão foi ludibriado porem seu poder de veto é inversamente proporcional à lábia do mesquinho.
O sábio ensina a pensar - aprender a aprender – exatamente o avesso do outro. Do alto de seu pseudo-trono, o mesquinho mostra um grau de onipotência feita à esparsas dos pequenos. Não acresce nada na vida a não ser mentiras.
Enquanto o esperto vive de falhas, o sábio acontece errando. É humano, tem sentimentos, bom senso suficiente para falar até onde não magoe o ego do proximo. O outro não erra. Parece um Deus.
Quando o sábio ocupa a tribuna, suas palavras vão quase que imediatamente ao cerne da questão. Não floreia. Aborda o tema de forma racional. Pouco ou quase nada envereda para o emocional, parte onde o outro se impõe graças ao emblemático poder de persuasão que é possuidor.
Essa é a historia da humanidade. Na visão global, um imbecil fazendo acontecer sem dar conta da importância de seus atos tendo em seu caminho velhacos de lábia ardilosa sem um mínimo de objetividade. O dia que a casa cai pouco ou nada importa, pois a cara de pau garante a sobrevivência do esperto. Quando se pensa no hoje com olhos no amanhã, as tarefas se tornam simples porque o que se tem nas mãos à visão do futuro.


Manoel Cláudio Vieira -  09/03/2005 – 22:49h
http://www.angelfire.com/oz/foradassombras/

HP médica-neurologia

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