quarta-feira, 30 de março de 2022

Noite Alta


.Noite alta, horizonte aberto

Primeiros sinais de vida brotam no ar

Pássaros em grupo despontam com acordes alegres

Primeiras horas de um dia pleno junto as espumas do mar


O mundo e tudo que nele habita esta ai

Não é lá grandes coisas, porém é o que tens

Transformaram verdes vales em horizontes profundos

Destilamos o ódio separando a esperança desse veneno


A ruina desponta nas batalhas

A cada dia uma tragédia humana se apresenta

Em todas as faces do planeta a natureza agoniza

Acorda: há muito a ser desbravado e pouco comemorado


Clama pela paz entre os homens

Tua história clama por justiça e quietude verdadeira

Gloria ao Pai e ao Filho, mas os deuses parecem esgotados

Pai... sê feita tua vontade, mas nos proteja da loucura matreira


A noite é propicia a encontros e reflexão

Nela os espíritos mundanos descansam e a solicitude reina

O barulho lá fora já não oprime com tanta persuasão

As partes de ti se encontram num todo e a premissa permeia


Muitos são os agraciados, porém poucos os escolhidos

A missão abre portas dia a dia

E teu lema: “Non ducor, duco”

Esta é teu fado, cumpra-se tua carta de alforria.


Manoel Claudio Vieira – 30/03/2022 – 00:47h

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HP médica-neurologia

sábado, 26 de março de 2022

Nas graças do tempo


Liberdade para pensar

Dar asas a psique e seus limites deixar florescer

Ter em mente algo além do progresso pessoal

Acima de tudo, nomear em vida o que se deseja ser


Abandonar velhos preceitos

Viver sua história de forma plena e infinita 

Deixar para trás o ranço do que outros pensam

Para o sábio não existe fim pois sua jornada é infinita


Buscar o melhor com esmero

Dar de si algo além dos desígnios de mente e coração

Tomar exemplos da natureza como bênçãos do Senhor

E deles dar vida à vida outrora sem sal nem razão


Busque em si o novo

Faça dos desabonos, lição

Não queira instruir-se de uma vez neste mundo

Sorva das bênçãos do saber fazendo do tempo aliado e irmão


Muitos são aqueles que passam por nos

Nem sempre a vida floresce, mas tudo nela semeado é colhido

Dentre tantos, poucos deixam fatos marcante e duradouros

Tenha para si que quando se tem o suficiente a vida já fez sentido 


Manoel Claudio Vieira – 24/03/2022 - 03:57

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segunda-feira, 21 de março de 2022

O mal do pequeno mal

Sentir-se o ultimo entre os viventes

Acordar confuso e atordoado no meio de uma multidão

Ser chamado de bêbado, drogado ou mesmo cafajeste

Imensurável é peso dos olhares o colocando abaixo da linha da razão

.

Observar que as pessoas o veem como louco

E então, isolar-se do mundo buscando esquivar-se de toda maledicência

Desejar que a morte venha aliviar a dor n'alma

Sentimentos de quem por instante perdeu a consciência


Mergulhar em terras estranhas de um vale profundo

Entrar de cabeça nas labaredas de um inferno em forma de hospício

Nessas horas emudecer é a melhor das armas

Para aqueles que do nada quando percebem imergiram num precipício


Prisioneiros de drogas licitas

Dia após dia sentindo o peso de sua existência

O medo do mal das quedas tolhe sua vida

Uma corrida diária contra o vento passa ser parte de sua vivencia


Após o acontecido sentir-se consumido 

De nada adianta erguer muros escondendo-se de quem vive ao redor

O primeiro dos livramentos está dentro e não fora de si 

Pouco ou nada adianta abrigar-se nas sombras ao derredor


Manoel Claudio Vieira – 21/03/2022 – 00:59h

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domingo, 13 de março de 2022

Livre


Livre para pensar

Sem medo de sentir a própria história e viver

Ter em mente o novo de forma simples e

Depois de idoso, sentir pela primeira vez a existência florescer


Não existem memorias do que se foi

O que um dia foi planejado jamais aconteceu

O que poderia ter sido uma experiência de vida

Simplesmente ficou na vontade pois nada aconteceu


Coisas tão simples, banais hoje vistas como corriqueiras

Num passado distante foram rotuladas como impossíveis

O efeito de drogas aliado à loucura própria e alheia impedia de ponderar

Tudo era pecado, perdição e sobretudo melindre dos sensíveis


Como é doce sentir a vida mesmo fora de seu tempo 

Como é suave provar o veneno pela primeira vez

Presas ao tempo que se foi sem nunca ter sido

Finalmente chegou sua hora, a razão se faz acontecer


O estranho no espelho empalideceu

Sentiu no rosto as agruras de viver em sociedade

Foi bom, pois nunca esteve tão próximo de si mesmo

Através de pequenas obras provou do fel à bondade


Manoel Claudio Vieira – 13/03/2022 – 01:16h

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