quarta-feira, 26 de março de 2014

Passo e Descompasso

Se fossem objetos, os descompassos seriam tal qual pedrinhas no sapato de pessoas concentradas fazendo seus deveres e que cansadas, param aquilo que vinham fazendo por alguns instantes em função de outros. Em geral, esses indivíduos param porque também estão cansados, estafados, mas, ao fazerem isso, acabam interferindo diretamente no ritmo daqueles que estão executando sua obrigação; alguns “amigos” chegam a fazer isso por não querer que as coisas fluam  tão bem para quem ainda esta na ativa. Nitidamente, essa quebra o ritmo com a desculpa para “um café”,  tem como pano de fundo o “não se destacar  frente a eles”.

Para esse tipo de pessoa, qualquer coisinha a mais também pode ser motivo para um breve momento de descanso; às vezes, isso não faz mal, mas em geral, tal interferência  aborta àquilo que vinha sendo feito até o presente fazendo com que o produto final passe a ser encarado com outros olhos por àqueles que nos cercam.

Por isso, sempre que o descanso se faz necessário, fazemos isso ao “finalizamos uma tarefa” e não quando estamos no meio dela, como muitos fazem ou, conforme o caso, alguns nos obrigam a fazer - até com certa dose de “boa vontade”. Esta parada forçada é extremamente ruim porque quando voltamos a carga, temos que retomar àquilo que fazíamos “sempre um pouco antes do momento em que paramos”; caso contrário, fica uma espécie de “buraco” no meio daquilo tudo. Tal tarefa, passa a ser para quem a executava, algo maçante e não gratificante, como esperávamos que fosse o seu resultado final.

Isso é péssimo porque nos deixa extremamente desgostosos com nosso desempenho; chegamos a ponto de ficarmos frustrados com nosso rendimento. Parece que àquela obra não proporcionou o prazer o que pensamos que ia dar em seu final. Foi a tal “parada compulsória” no meio dela que a fez ficar assim !

Psicologicamente, acreditamos para nós mesmos - e essa é a parte ruim da coisa toda - que somos pessoas menos capacitadas que aquelas que fizeram o que fizeram na hora que bem entenderam sem pensar em mais ninguém. Passamos erroneamente a acreditar que esses indivíduos são mais rápidos em suas ações, mais ágeis nas finalizações e retomadas de deveres, mais isso, mais aquilo, enquanto nos... fazemos apenas o papel de “coadjuvantes”.

No máximo, muitos pensam que podem somente interpretar o papel de “sósias pálidas” de Fulano ou Ciclano quando na verdade, tem um enorme potencial criativo sendo dia a dia “torpedeado” por figuras nada exponenciais.  Isso, infelizmente a maior parte das pessoas não percebe – ou não quer perceber, o que é bem pior.

Saber dizer NÃO nas horas inconvenientes é uma arte, uma afirmação de nossa pessoa frente ao grupo que convivemos. Em outras palavras, dizer NÃO é falar com toda classe (e por trás das palavras, se for o caso), o seguinte: “olha, agora eu não estou afim; mais tarde, quem sabe, poderemos dar um tempo para isso. Agora, me desculpe, não dá. Definitivamente, não dá mesmo”.
 Falando dessa maneira, você não vai magoar ninguém, pois estará colocando o seu ponto de vista frete a isto ou àquilo que o outro quer. Se isso o perturbar, o problema não é seu; simplesmente, você deixou de “atropelar” o que vinha fazendo em sua vida se colocando em primeiro plano ao invés de atender às causas de outrem.

Nestes casos, pensar primeiro em si, não é egocentrismo em hipótese alguma. Quando sobrar tempo, tudo bem, de um tempo, uma parada. Suas metas devidamente colocadas em primeiro plano, já foram plenamente atendidas. Suas e de mais ninguém. Quanto aos demais... faça quando melhor lhe convier.


Manoel Claudio Vieira - 19/2/2001   -  09:36:28-
http://www.angelfire.com/oz/foradassombras/

HP médica-neurologia








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