domingo, 26 de janeiro de 2025

Canções do tempo

 


A estrada é longa, as paisagens, surpreendentes

Tudo que se poderia esperar de bem e bom encontraria ao caminhar

Algo nela não confio, não traz segurança

E assim permaneço contando as estrelas em meu céu, meu luar


Nada supera o encanto e a simplicidade de uma vida honesta

São muitos os floreios visando o destino longânime desviar

Os tempos de intensa turbulência deixaram lições eternas

Bendito seja o anjo que meu ilusório vinha distrair e histórias de criança compartilhar


Pássaros entoando cantos na janela

Raro nos dias de hoje encontrar uma vidraça de frente ao jardim

Sabias laranjeira, alma de gato, pintassilgo

Visão sonora dos céus ofertando paz a vida de ternos querubins


Nada pode ser tão valioso neste mundo

Quem hoje poderia expor uma história de amor tão bela

A presença de Deus brandamente declarada 

Em nada se compara ao deleite de sentir Ele na terra


Esqueça o que se foi, tente apagar o que aflige teu coração

Quase impossível não olhar para trás à dor implícita em sua essência

Complexo, mas compartilhe o amor como o principal princípio de vida

Dogma de vidas nos convidam refletir sobre o valor de nossa existência.



Manoel Claudio Vieira – 26/01/25 – 23:22h.





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sábado, 25 de janeiro de 2025

O andarilho do tempo

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Por montanhas e vales

Vaguei incerto buscando uma razão

O fio invisível que conecta o belo ao eterno

Sussurra como o vento lambiscando a fronte de um coração


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Há sempre uma alma esperando ser descoberta

Um amor verdadeiro abrindo espaço em seu interior

É o sonho que se perpetua no tempo atravessando espaços

Sentimentos eternos fincados no coração embasados no amor


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A busca do novo nos leva a desvendar novos horizontes

Maioria das vezes nos maravilhamos com as recentes descobertas

O medo de perde-las é tão grande que sufocamos o verdadeiro e

O alvoroço nos leva a esquecer de viver o presente como divina oferta


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Retratos sem parede, vida que vem e vai

Ideal seria voltar no tempo e viver no presente o passado

Esquecer os valores terrenos pois coração não conta tempo, afinal...

O amor que permanece é o que não foi declarado


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Sei como é difícil dizer “eu te amo”

Quanto mais ouvir uma singela declaração de amor

As consequências de não abrimos mão de passagens essenciais a historia

São como o fogo que arde sem queimar a arte de viver suportando a própria dor


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Manoel Claudio Vieira – 25/01/25 – 01:44h


sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Laços entre laços



O trem partiu e como ele foram juntos alguns anseios

A estrada da vida é longa e é certo um dia ainda iremos nos cruzar

Quinta feira se foi com o tempo, mas é certo que os horizontes se repetem

Dias virão e com eles as lembranças do que fomos irão se reencontrar


A falta de tempo mata parte de mim

Não encontro mais desculpas para adiar importantes decisões

Perde sentindo postergar obras importantes sob um novo prisma

O amanhã se torna mais distante se não levo a cabo algumas ações


 Sei que parece loucura, mas perdi a vontade de viver

Queria dizer o quanto te amo, mas você não me escuta

Inventa coisas que em nada contribuem com o dia a dia

O que era para ser uma passagem serena acaba como um dia de intensa labuta


Preciso dar um tempo ao meu tempo

Sei que isso é sintoma de depressão e que necessito minimamente ficar sozinho

Porém quando estou só sinto sua falta, sua presença fascina

Nas estrelas busco companhia, pois já não vejo mais luz iluminando meu caminho


Um outro amanhã, um só lugar

Qual tempero desandou e por que essa apatia

Não sei o que falta se os trilhos dessa estrada correm paralelos

Talvez a vida lá fora tenha concorrido para essa falta de sintonia


Levando a vida, maquiando a dor

Ajustar arestas, extirpar bizarrices e tudo mais que nela enseja

Espero um dia você não veja como violência...

A mão que afaga é a mesma que apedreja


Manoel Claudio Vieira – 24/01/25 – 03:47h





segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

O tempo no real e na imaginação

 

O tempo no real e na imaginação


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O tempo volta na imaginação

Os desejos de outrora regressam a mente

Muita coisa pode ter sido esquecida, mas

As coisas que feriram o coração não se apagam facilmente


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Sem um lugar nem tempo 

De um modo especial, a vida continua

Somos livres como pássaros para voar, mas

Certos fatos são impossíveis esquecer


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O trem da vida parte diariamente de uma nova estação

Sempre uma nova viagem, mas um destino inserto

O que ficou para trás foi deixado no tempo e

Como o vento, o tempo não volta atrás


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As paisagens podem mudar, mas a estrada, em essência é a mesma

Meu caminho, o que passou ainda é pouco pelo que tenho a desvendar

A intensidade de quem vive duas vezes sempre se mostra dessemelhante

A linha do tempo e a das mãos constantemente se cruzam ao caminhar


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Entregues antes do tempo e de boa fé

Muitos sonhos transformaram-se em pesadelos

Consequência de um passado onde nada se aprendia, era tudo imposto

Quem confia sem desconfiar tem um alto preço a pagar pelo desvelo


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E assim a vida passa, aquela amizade antes vista como sincera

Com o tempo revelou-se mais uma ilusão

Os abusos por confiar em quem jamais demonstrou amor, somente interesse

Ao menos serviram de exemplos do que evitar em nossa perdição


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Manoel Claudio Vieira – 20/01/25 – 04:58h

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Alma velha

 


Viaja pelo tempo, singra espaços

Ativa, jamais se dá por vencida

Encontra forças caminhando entre pedras

E a flor do deserto que nunca será esquecida


Seu tempo é contado de outras formas

Sua vida flui como o deguste um vinho envelhecido

Sem pressa, valoriza o conteúdo e não as formas

Seus passos denotam alguém constantemente aquecido


Vive sua história esculpindo sentimentos

Tudo em sua vida tem um destino

O tempo pode passar sem grandes perdas

A lagrima pode ser amarga, mas quando cai timbra como um sino


Os que se viam perdidos, hoje tem um referencial

Mais que um porto seguro, um alguém solidário

Um amor verdadeiro, um norte na vida

Aconteça o que acontecer, jamais se sentirão solitários


Quem vê com os olhos d’alma

Explora emoções indo além dos sentimentos profundos

E o artífice do amor verdadeiro dando vida as palavras

Coligando o real ao imaginário mais oriundo


Difícil dizer para não olhar para trás com raiva

Por instantes, a presença do que foi se torna quase palpável

Um desperdício de tempo, mas o que é o tempo

Alma velha é um observador atento destilando sentimentos de palavras


Manoel Claudio Vieira – 10/01/25 – 02:12h


domingo, 5 de janeiro de 2025

A historia por trás da historia

 



A estrada e longa, os caminhos quase sempre tortuosos

Tudo em nossa história é muito parecido com o amor

Caminhos nem sempre bem definidos

Muitos deles marcados pela espada e pela dor 


Certo todos tem um destino

Perde-se a conta do número de pessoas com receio de amar

O temor de um coração novamente quebrantado as tornou sombras

O medo do vivenciar uma nova paixão fê-los reféns das sombras e do luar


Noites mal dormidas, maioria delas em busca de uma inspiração

Na antevéspera dos sonhos, o receio perene de acordar

Acordar e viver uma vida vazia sem expectativas presentes

Melhor navegar em terras sem um destino a delinear


Tudo faria sentido, mas a vida mudou

O medo de perder tirou a vontade de ganhar

Não foram as pessoas, mas as aguas que movem esta vida não são mais as mesmas

A primavera da vida se foi, mas a vontade de viver jamais foi menor que a de amar


Na terra das estrelas do amanhã nunca parei para pensar

O hoje se constrói com a bagagem que se ganha, se forma e a que de longe vem

Quando se ouve a voz interior que nos diz para cima e para o alto, perfeito

Difícil quando tudo que nos cerca diz: “cala boca, fica quieto, você jamais será alguém”


Como estranhos no espelho, suavemente nos trucidamos ao

Viver em terras onde a regra geral era perder

Feito um castelo de cartas, lentamente perdemos forma, mas ganhamos conteúdo

Era tudo falsidade, tenha o tempo que tiver, há sempre um novo amanhecer.



Manoel Claudio Vieira – 05/01/25 – 00:18h