Preso a pensamentos bárbaros
Sufocado por momentos de solidão
Entre as tranqueiras de meu quarto
Sempre acho um tempo, para com “minha máquina”,
Descarregar meus momentos de sofreguidão.
Sei que “minha máquina” não tem vida
Pelo menos a morte em vida, nela eu posso morrer.
Estranho caso de “bigamia em minh´alma”
Nela, esses dois lados eu posso “viver”.
Sei que ela não é gente
Sei que com ela, não posso contar.
Mas nela consigo transpor meus momentos de penúria
Sem ninguém pensar em incomodar.
Por isso, meu mundo tem se tornado pequeno
As relações de troca, poucos tenho com quem trocar.
Por mais que procure, não tenho achado.
Gente com jeito de “gente” para ter com quem falar
Talvez minha procura tenha se mostrado falha,
Mas o que tenho encontrado, é muito “banal”.
Pessoas com criatividade mórbida, pensamentos obscuros e,
condutas pré-determinadas o tempo todo,
Conseguindo sentir nisso, uma espécie de “prazer total”.
Bela porcaria tenho sido como gente.
Nem pessoas parece que consigo encontrar!
Os poucos com que travei um dialogo decente,
Nunca tiveram tempo para palavras doces trocar.
Que poderia dizer este homem,
Que com sua máquina parece dialogar ?
“Coisas de louco”, diriam os mais afoitos.
“Gente com a cabeça a delirar”.
Se com “ela” eu me encontro,
Bem ou mal, consigo me explanar.
Achando nisso uma espécie de loucura,
Pegue “lápis e papel” e tente nos acompanhar.
Manoel Claudio Vieira - Domingo, 04 de março de 2001 - 14:09:09
http://www.angelfire.com/oz/foradassombras/
HP médica-neurologia
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