quarta-feira, 23 de maio de 2012

O desfiladeiro dos descambados

A vida tem lá seus critérios,
Por anos acabrunhados num canto escuro de nosso quarto.
Os mais fortes combinam admiração ao fastio,
Assentando matizes de um ser “inda em parto”.


Anos a fio buscamos luz na escuridão.
Traços de vida num mundo sem cor.
Atropelando o nada, pensamos sustar o mundo,
Subjetivando-o num macabro ritual de “sublimação e dor”.


Por quê tanta privação a um só ser ?
Por quê passar por tamanho torpor ?
Estropiados pelas indiferenças do mundo,
Atribuímos a nos mesmo bem pouco valor.


A vida perde todo seu sentido,
Nos dias de total solidão.
Ao tentarmos nela dar uma parada,
Achamos “luz na escuridão”.


As “obras” que a mente nos faz,
Transformando-nos em seres pela vida a perambular.
Parecem nos tornam “obras inacabadas”,
Com uma triste bandeira a desfraldar.


As passagens pelas quais passamos,
São razões para novas terras buscar.
O que temos e o que sempre teremos em nossa vida,
É o “Desfiladeiro dos Descambados” sempre a garimpar.




Manoel Claudio Vieira - Quinta-feira, 01 de março de 2001 - 16:24:06

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