Desvairados

Aquele que um dia pensou,

Ver num amigo um refugio natural

Perdeu seu juízo ponderando

Serem sentimentos, coisa racional.

Nem sempre nossas amizades,

Levam em conta, momentos de sofreguidão.

Não sendo criaturas inalienáveis,

Sabem bem pouco daquilo que diz nosso coração.

Nossa amada é a pessoa indicada.

Com ela permeamos expressões de carinho e padecer

Suportando-nos tal qual crianças famintas

Dando de si, seu integro parecer

Sabendo bem aquilo que nos carece,

Expressa palavras amargas sem causar aflição.

É nossa metade a nos esquadrinhar com carinho

Corrigindo-nos, aquece nosso coração.

Contar com a amada nessas horas

Faz-nos grandes por palavras envoltas em amor.

Em seu peito pulsa àquele que dia-a-dia

Entregou-se sem desdém; conhece nosso interior.

Quem dera todos tivessem

Uma metade para trocar desatinada sensação

Desvairados seriamos se não houvessem

Seres tão briosos, recheados com tamanha percepção.

Manoel Claudio Vieira, quarta-feira, 7 de novembro de 2001 – 01:34:45

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