sábado, 11 de outubro de 2025

O silêncio dos vazios


  

Sei que nas entrelinhas você pode me ouvir

Sei também o quanto dói o convívio sem verdadeiramente se entregar

Como deve ser difícil encontrar a palavra certa para balizar o contorno de um amor

Quando se vive preso a compêndios que um dia nos fizeram regurgitar

 

Somos de uma geração onde a realidade era permeada por sonhos

Na mais tenra idade, muitos ousaram viver um pouco além da imaginação

Verdade muitos feriram ao delimitar aqueles que um dia sofismaram amor

Ferindo de morte as entranhas na mente demarcadas pela razão

 

Quando alguém entra em nossas vidas,

Ser algum é solitário o suficiente para não se render

Porém quando se brinca com o amor de alguém

Difícil escapar sem deixar marcas nem consequências em seu viver

 

Podemos nos sentir solitários,

Esperar o tempo passar quando poderíamos nele viver

Arquitetos d’alma desenganadas em busca de conteúdo

Olhando para o vazio esperando que do nada algo possa acontecer

 

Necessário alisar as arestas, desbastar um pouco do verniz

Rigidez é coisa de pedra e inconscientemente cometemos grandes lambanças

Externar o que por anos foi reprimido e nos fez calar, dói

Maquiar a dor é mais dolorido que conviver com lembranças

 

 

Manoel Claudio Vieira – 11/10/25 – 04:27h

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