quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Filtrados pela pedra

 

Oposta a vida, a morte não nos traz novidades

O que se foi permanece no passado entregue ao tempo

O que há depois que os olhos se fecham, ninguém sabe, presume-se

Vive-se melhor ao aproveitarmos cada momento


A fome de viver, o alimento que cura

Tudo em nossa história requer uma preparação 

Nem sempre o ato de comer é prazeroso 

É no preparo da comida que entramos em comunhão


Sem amor, não se pode falar em gratidão

Seria como pregar no deserto 

A espontaneidade da alma, o domínio da vontade

Tudo mais seria um grande vazio navegando num mar incerto


Viver num mundo paralelo

Diante da grandeza humana, subjugar o mundo

Necessário filtrar a essência do verdadeiro

Assim como as impurezas da agua pela pedra são depuradas deste mundo


O peso das palavras, as decisões tomadas em soslaio

Pouco se espera de quem nada oferece

Tudo um dia vem à tona e as claras, ilumina

Nada mais resta que ofertar ao desprezível uma pequena prece.


Apesar das aparências, somos poucos

A tecnologia esfriou a vida nos afastando do próprio ser

Intuição e discernimento há muito deixaram de ser nossos dons

Resultando no homem ausente da própria história, seu modo de viver


Manoel Claudio Vieira – 26/02/25 – 05:09h

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