quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O pássaro


Quando era menino
Teve um tio que criava passarinhos
Alguns cantavam, pareciam felizes
Mas jamais saíram da gaiola e muito menos, seu ninho


O tempo passou... foi crescendo, 
A loucura das jaulas continuou até pouco antes dele morrer
Vendo gerações indo e vindo, uma após a outra, ele sorria sofrendo
Sem ao menos experimentar o que era viver


Ele se identificava com tudo
Pela morte de prematura do pai, a mãe vivia o fim a todo o momento
Feito carrasco e refém de si mesmo
Insano... deixava de viver para curtir tais pensamentos


Sem perceber ela criara um pássaro
Feito aqueles criados em cativeiro que sequer sabem o que é sofrer
Jamais terá vida pelo trauma de outrora
“Pássaro criado foi feito para cantar e não para viver”


Pássaros sem asas, seres pensantes
Cruzam fronteiras nas rédeas do pensamento
Velozes como a luz, jamais se abatem
Fênix de si mesmos morrem e renascem a todo o momento.


Manoel Cláudio Vieira – 28/08/2013 – 01:52h
http://www.angelfire.com/oz/foradassombras/
HP médica-neurologia

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