quarta-feira, 23 de maio de 2012

Cinzas do Passado


Longa caminhada
Debruçado à janela
Espreitavam meus passos
No compasso dos dela


Como feto, recolhi meu corpo
Não entendia aquele mundo
Viverem por mim – impossível
Me sentia um vagabundo


Qual peregrino, vaguei sozinho
Proferiam: tem espírito impuro
Expulso de mim, consciente.
Voltava qual nascituro


Excluído da história
Vida pregressa n’outro mundo
Sempre fui o escolhido:
Transpor o tempo qual moribundo


Mal de cabeça
Exclusão social
Louco da vez
Ser anormal


Suporta nos ombros
O peso da sela
Cambaleia, ser errante...
Tua é a nossa cela

Cala-te – quieto em teu canto
Não te cabe nenhuma decisão
Tens vida fácil, criatura
Abnega tua razão


Deus sem Deus
Cascalho da terra
Arquiteto de segredos
Tua senda te espera


Ouvia o silêncio
Sendo sempre... ignorado
Pesadelo de vida
Sozinho, calado.


Da massa cinzenta
Retiraram o mal
Cinzas do passado, epilepsias
Fênix...forma comigo um casal ?


Manoel Claudio Vieira - 10/06/2004 – 11:00h
http://www.angelfire.com/oz/foradassombras/
HP médica-neurologia

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