sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A vida em pedras


Ha becos sombrios
Vielas curtas e estreitas onde a morte se repete como os lírios
Historias sem fim, amores mundanos.
Recinto onde criaturas se rendem a delírios

Fim de tarde é de se esperar
Zumbis vagarem ocupando vazios sem muito tino
Um litro de leite, um saco de pão... promessas de vida.
Anteparos de uma noite sem destino

A caravana conferia
O sol trêmulo descer no oriente
Glorias dos cegos, infelizes.
Campa das fábulas no mundo dos indigentes

Amor não paga contas
Nem sexualidade se vende com ternura
O prazer dos enjeitados e a destruição lenta
Desprazer é o preço das agruras

Feita de pedra são as cidades
Formosas, vem e se oferecem dadivosas.
Matreiras cobram o preço do prazer ao ócio
Morte lenta e penosa

Descansa em paz, criatura.
Há muito deixaste de sentir tua vida e suas agruras
Vai...Desce de vez ao submundo com teu pito.
Não voltaras nem mesmo como fogo-fátuo emergindo da sepultura



Manoel Claudio Vieira – 21/11/2010 - 21:32h

http://www.angelfire.com/oz/foradassombras/
HP médica-neurologia.

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