terça-feira, 30 de julho de 2024

Cicatrizes do tempo

 

Cicatrizes do tempo


O que faz um homem quebrar seus próprios paradigmas a não ser a insatisfação que sente frente a mesmice de seu dia a dia? Não é de hoje que vejo pessoas mudarem sua forma de pensar procurando continuamente novas e mais eficientes maneiras de enfrentar velhos problemas e, por que não dizer, colocar uma pedra em outros já conhecidos sedimentando de vez o que há muito é visto como um fator adverso (praticamente obrigatório) ao desenvolvimento de grandes e pequenas questões.

O interessante do processo é que essa mudança acontece quando o que parecia estável sofre uma pequena alteração na forma como o enigma central é resolvido. A princípio, o novo traz um pequeno incomodo a quem não esta acostumado a mudanças, mas nem por isso deve ser descartado e sim, estudado de forma linear, melhorado e, conforme o resultado, assimilado e colocado em pratica. 

O agente motivacional certamente merece estudo, pois nem sempre o que há por trás de uma ideia é visto a longo prazo como benéfico ao que realmente merece correção. Feito um remédio que cura um problema criando outro (os famosos “efeitos adversos), não são raros os casos onde um novo enigma passa despontar como princípio de um incomodo maior se não levado a cabo em suas primeiras aparições. Afinal, não é de hoje que procurasse curar o efeito esquecendo de sua causa.

Assim é a vida – diz o ditado que aguas paradas não movem moinhos e se algo não vai bem ou sua forma de desenvolvimento merece alteração, mudanças são e sempre serão benéficas ao desenvolvimento lógico de praticamente tudo, mas quando o cerne da questão está voltado a pessoas, todo cuidado é pouco. Ao contrário das ciências exatas, o material humano merece atenção redobrada, pois além de complexo, é o mais é suscetível a mudanças por mais ilógicas essas forem.


Manoel Claudio Vieira – 25/07/24 – 04:25h



segunda-feira, 22 de julho de 2024

Onde a dor mais doi

Onde a dor mais doi



Num tempo onde tudo se adquire

Torna-se cada vez mais difícil encontrar alguém 

Com dinheiro se compra quase tudo, mas

No fundo, bem no fundo, continuamos sem ninguém



Por isso muitos preferem a solidão

Demonstrar sentimentos certamente não são coisas para qualquer um

Quando se busca a verdade não importam as aparências

Triste, mas hoje são raros os que buscam uma história em comum

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Somos livros numa imensa biblioteca

Os que mais simpatizo me atraem pelo conteúdo 

Diariamente folheamos a vida um do outro, mas...

Acautele-se: nem sempre os primeiros capítulos mostram tudo

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Enquanto escrevo, muitas vezes fico fora de mim

Concentrado, meu estado mental se altera profundamente

Coloco no papel coisas que desconhecia de mim mesmo

Deus dos céus... redigir traz um alivio incomum a mente

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Lembro do tempo onde caneta e papel se encontravam sobre a mesa

Tudo bem real, fatos diários acontecendo ao vivo e a cores

Muitas vezes, a meu lado um radinho ligado em notícias locais

Mas eu desligado externado com extremo zelo minhas dúvidas, minhas dores



Um tempo muito conturbado, pessoas difíceis de lidar

De quem lia era comum ouvir: “isso está difícil de entender”

Dia seguinte, com fogo destruía e enterrava as cinzas no jardim

Tudo voltava a rotina, menos meu modo de ser. 

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Seja onde, quando ou como for

Jamais abdique de sua liberdade

Tal qual os fundamentos de vida, o amor resiste ao tempo

Difícil, mas esqueça o que se foi, bola para frente e dane-se essa hipócrita sociedade



Manoel Claudio Vieira – 22/07/24 – 00:08h


sexta-feira, 19 de julho de 2024

Esculpindo almas


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Vem devagar, atravessa horizontes 

E pura luz cruzando nuvens na escuridão

Sem alarde, abre caminhos entre despenhadeiros

Vem devagar sem se deixar levar pela ocasião


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Fala sem ninguém ouvir

Escreve na mente coisas que irão acontecer

Com seus braços, acolhe e conforta

Faz do hoje algo especial, uma razão para se viver


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E assim os pensamentos vão se formando

Concatenando palavras, a história acontece

Tal qual o escultor entalhando os veios do lenho

A vida ganha nuances e por mais obscuro o momento, o amor sempre prevalece


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Diz o ditado: “no amor não há pessoas certas”

Há sim pessoas lutando para as coisas não darem errado

E assim caminha o homem, ora sorrindo, ora chorando, mas 

Ouvindo anjos, o horizonte aponta para o amanhã e não o passado


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O silencio muitas vezes é a melhor resposta

Muito se aprende ao permanecer calado

Quando o homem sente frio, acautele-se

A inveja é o engenho do néscio procurando brechas no teu legado


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Se esta se sentindo cansado, de uma pausa em seu destino

Por mais conheça a estrada, pare e sinta a vida fluir em seu redor

Se dispõe de um minuto, saboreie cada momento

Como escultor, sem perceber, você entalhou em sua própria alma o amor maior


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Manoel Claudio Vieira – 19/07/24 – 02:52h

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Em busca de algo novo

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Quando tudo na vida parecer igual

Quando o horizonte não mais representar um desafio operante

Não pense que não há mais nada a ser feito

Siga em frente buscando novas brechas no que parecer distante


Em busca do algo mais você sempre encontra

Coisas novas em algo que não parecia ser

As entrelinhas do tempo sempre mostram

Novas oportunidades de a vida em perspectiva diferentes acontecer


Como alguém te vê nem sempre representa como ela te entende

Se após tantos anos não buscam mais se compreender

Sinal que jamais se conheceram como realmente são

Ou então deixaram para trás a alegria de viver


Se toda vez que um busca algo novo, o outro dá para trás

Triste, mas isso é sinal que teu par nunca me entendeu

Os anos se passaram, a realidade aos poucos aconteceu

Mas as lições que aprenderam juntos, um não assimilou nem viveu


Verdade as pessoas têm temperamentos distintos

Muitas delas vêm de realidades onde nunca foi possível arriscar

O que não viveram antes, as descobertas que teriam na juventude

Hoje procuram viver sem se importar com que pensem nem deixem de pensar


As agua do teu rio

São aquelas onde um dia tu te banhaste

As escolhas certamente não foram as mesmas, mas

Respeite o que se foi que um novo horizonte se abrira


Manoel Claudio Vieira – 15/07/24 -04:25h


segunda-feira, 8 de julho de 2024

Apenas restos?

 

Um corte pra cá, outro pra la... Ja definida, a nova peça vai para os ajustes necessários as ideias formatadas na mente do autor (que sou eu mesmo) de forma que, em alguns minutos esta praticamente pronta para furação, montagem e posterior pintura redundando em mais uma embarcação. Tudo pronto? Não: pelo menos na minha cabeça ainda faltam algumas coisas como instalação de itens  afins de um barco como ancora, um ou dois peixinhos, cabos de amarração de forma graciosa, porém as coisas não param por ai. O que sobrou após o entalhe das peças principais,  volta para prancheta num exercício de paciência redundando partes de um novo barquinho.

 

Difícil ? Não – pelo contrario, algo extremamente prazeroso. Quando na vida, sua própria vida, alguém é visto como restolho, fazer das sobras matéria prima para uma nova empreitada dando a ela destino diferente do que seria lixo, é tarefa corriqueira.

 

Assim é a vida. Não é de hoje que muitas pessoas deixam de levar em conta o que ha por trás de um ser humano. A principio, a grande maioria julga pelas aparências esquecendo que dentro de cada um ha uma gama de sentimentos prontinhos para brilhar numa esfera diferente da corriqueira e que na maioria das vezes não é levada em conta. Assim caminha o homem – enquanto não souber lidar com si mesmo, dificilmente encontrara soluções para o outro. Durma com um barulho desses.

 

Manoel Claudio Vieira - 08/07/24 - 04:45h