quinta-feira, 30 de maio de 2024

O sacrário

 

 

Quando pensamos no que se foi, fatos estranhos sobrevêm

A realidade flutua e por instantes tange a fantasia

Num oceano de indivíduos com hábitos imersos no engodo

O mundo e tudo mais onde habitam sobrevive por pura heresia

 

Em busca de uma realidade diluída num mundo de sonhos

Apontam horizontes onde os anseios se sobrepõe a razão

Feito elétrons rodando em orbitas cada vez mais distantes

Tornam-se frios, sem proposito martirizando a própria sofreguidão

 

Não lhes basta perder a alma

A fuga da realidade é o engodo do poder

Aquele que os ouve e crê em suas historias

Verdadeiramente perdeu conteúdo e vive por viver

 

Seres solitários vivendo seus dias com medo de perder

Sem nunca ter ganho, jamais ousaram ariscar

Preferem viver num albergue de ilusões perdidas onde

O nada e a coisa alguma são o prato diário em seu caminhar

 

Que gente é essa que na cancha da ternura, submerge unicamente a interesses?

Que realidade é essa onde continuamente iludem seus pares?

Como é possível viver de mascaras sem esboçar um mínimo de conteúdo

Onde as aparências valem bem mais que a assertividade

 

O tempo um dia cobra

As estações se sucedem e assim a vida vai

“Diga-me com quem andas que eu te direi quem és”

O sacrário dos mortos vivos está aberto e continuamente emite seus sinais.

  

Manoel Claudio Vieira – 30/05/2014 – 02:22h

segunda-feira, 6 de maio de 2024

Velas ao vento



A época era de silêncios

O sol não brilhava para ninguém

A alma afogada num sepulcro negro

A vida plena estava subtendida em viver no além


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Não me diga que estava sonhando

Entre quatro paredes o mundo passava

Um velho radio, um lar desfeito, as visitas do anjo

Carrasco e refém se defrontavam em constate luta armada


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A arte não tem governo nem fronteiras, mas

Mesmo o silencio que invade não impede da chama brilhar

Um amor verdadeiro não sucumbe ao tempo nem ao dinheiro

Nada neste mundo nos impede de viver, sonhar e sobretudo, pensar


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Uma nau, um navegante solitário, uma tempestade em alto mar

Ter ciência de si, do poder da razão frente a sociedade desigual

Dificultoso conviver, mas relativamente simples domínio

Quando se domina as rédeas do que é a ilusão e coisa real


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O amor é o que nos mantem

Os ideais não morrem, no máximo se calam por alguns momentos

A dor que nos impingem procura nos afastar dos verdadeiros objetivos

A alma não se cala pois dela parte os verdadeiros sentimentos


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Velas ao vento, o mundo está ai para ser vivido

Não importa o quanto o horizonte pareça distante

O gênio indomável em cada um é que determina

Se a batalha é boa, vence quem for perseverante


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Manoel Claudio Vieira – 06/05/24 - 03:23h