quarta-feira, 23 de agosto de 2023

A lenda dos mortos vivos

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Sorver pensamentos inertes aos períodos de reflexão

Deduzir o que há por trás de intrínsecas palavras

Sobrevoar pelas mais diversas épocas da historia

Volver à tona o sentido que a vida tinha quando nela pouco pensava


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A solidão e o silencio das madrugadas são ideais 

A clarividência da ocasião aliada a luz e sons mínimos fazem a mente velejar

Tudo tem um momento, um ponto de entrada outro, partida

A vida e tudo mais se completa dando sentido a quem abdica viver sem ter a vergonha de amar 


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Tudo parece ter ocorrido ontem

Eram hábeis e fortes e os deuses viviam a seu lado

O tempo foi passando, a história acontecendo

Até que sucedeu o que nunca haviam pensado


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Do nada, pela primeira vez ela se vi realmente só

Por momentos, perdeu chão, mas não perdeu norte

Não era isso que tinha planejado, mas aconteceu

Deus é bom, mas naquele dia ficou sem entender o porquê daquela morte


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Dois filhos... um na barriga, outro no colo

O futuro deixou de existir, mas sua sina era viver

Marcada pelo destino, sua existência perdeu sentido

Sua história foi posta de lado e passou a sobreviver


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Os anos foram passando devagar, lentamente

Os parentes que julgava amigos se mostraram serpentes

Do pouco que havia herdado, por eles e não seus filhos abriu mão

Realmente.... parentes são como dentes


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Atordoada, pouco importava o amanha

Desenvolveu esquizofrenia sobrevivendo como genitora, mas não como mulher

Joguete nas mãos obscuras se julgava responsável

Sua morte em vida sepultou sua história como mulher


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E assim viveu sua existência

Uma montanha de limitações, percalços e barreiras

A lenda dos mortos vivos é infinita

Seres de luz vivendo uma história sem eira nem beira


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Manoel Claudio Vieira – 23/08/23 01:59h

http://www.angelfire.com/oz/foradassombras/

HP médica-neurologia.





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