segunda-feira, 25 de abril de 2022

O retorno aos eixos

Quando substituímos um dos sentidos pela ajuda de um eletrônico deixamos uma importante parte humana de lado em detrimento de algo ganho ao longo de milênios de existência, o instinto. Dessa forma, sem perceber, criamos uma dependência de algo que prioritariamente não necessitamos tornando o essencial parte acessória prejudicando substancialmente o que nos mantem alerta a respeito do que acontece ao nosso redor.

Atividades básicas passam a ser quase totalmente controladas por algo extremamente útil e muito além de nossas expectativas, fato este que nos torna dependentes de algo que de uma hora para outra pode deixar de funcionar ou mesmo desaparecer por furto ou avaria. 

Não é de hoje que pessoas ao perderem seu celular perdem junto sua agenda diária e com ela uma serie de dados além de seus compromissos sociais, ou seja, a parte de sua vida mental/afetiva que passou ser controlada e não o inverso como outrora naturalmente acontecia também se foi.

Quando percebemos nossa fragilidade frente a essa nova maneira viver que embora traga benefícios ofertando um melhor rendimento profissional, esquecemos que nossa vida afetiva/emocional ao deixar de ser utilizada causou uma série de problemas de ordem pessoal, invariavelmente atribuída ao próximo pela falta de tato e não falha pessoal.

Desligar-se momentaneamente desses bens exercendo assim um contato maior com o ver, ouvir, falar, sentir seja na natureza ou mesmo nos afazeres diários, entre outros nos coloca de volta aos eixos numa doce e delicada abertura as origens, o que não significa retrocesso e sim retorno as bases. Pense nisso se estiver se sentindo muito vazio frente a vida pessoal.


Manoel Claudio Vieira - 25/04/2022 - 04:00h

http://www.angelfire.com/oz/foradassombras/
HP médica-neurologia

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Esteja a vontade para escrever seu comentário