sábado, 2 de agosto de 2014

Pai


Não conheci e pouco sei de seu passado
Se por um milagre um dia o encontrasse, não reconheceria.
A mim restou viver tocando em frente
Indagando se por trás desse sofrimento restou alguma alegria

Poucos o descreveram
Por vezes, indagar causava sofrimento maior
Não sei... Questões como essas não morrem com o tempo
Quanto mais escondidas, pior.

Verdade o tempo pode muita coisa
Esquecer pessoas, mas não reparar um coração ferido.
Quem perdeu um amor pode olvidar quem se foi
Mas como fica quem sofre sem tê-lo conhecido?

Lagrimas rolavam neste olhar
Chorar era impossível – coisa de maricas, nasceu invertido.
Coisa estranha dirá, mas foi real...Absurdamente real
Chorar por alguém sem tê-lo conhecido

Brincar de estatua, crescer ouvindo o silencio.
Os fundamentos doutrinados eram embasados em teias
Emudecer frente absurdos - regra geral
Aquele que um dia chamaram de demente da peia.

Deus é maior...Deu forças para suportar a dor
Serenidade para enfrentar moléstia e seus preconceitos eternos
Num segundo sopro de vida, erguer-se do vale das sombras e...
Descrever aquele mundo na visão de quem habitou o inferno


Manoel Cláudio Vieira – 02/07/2014 - 02:27h
http://www.angelfire.com/oz/foradassombras/

HP médica-neurologia

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