quarta-feira, 23 de maio de 2012

Valsa do Adeus.

Num canto escuro
Esquecida junto a tua veneta
Exiladas do mundo
Estavam tuas letras


Aos poucos, teu eu foi lapidado.
Fez-se luz onde havia pranto e dor
Fugiste da estrela mor a te guiar nesta caminhada
Sem ao menos dar conta de seu valor


Perdeste toda humildade
Foste longe, pouca cousa além do aquém
Ora fazem-te de capacho, meu caro
Teu canto mais parece um oficio em réquiem


Vai... procura tua benévola cortesã
No fundo, gosta mesmo desse puxa-saco
Faze dela capa de teu livro
Usaste bem àquela do passado.


Sei... os de outrora foram trampolim
Bestas que não prestam mais para nada
Estás nesse eldorado, jogral da vida
Postulando pústula de criatura, maniatado.


Tudo bem. A vida é mesmo assim
Num dia, por baixo; noutro - por cima.
Com sofreguidão, te colocaram no alto, não esqueças:
A capa cai como luva tal quimeras numa fantasia


Manoel Claudio Vieira - 08/03/2004 - 14:03h

http://www.angelfire.com/oz/foradassombras/
HP médica-neurologia

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